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Turismo e Viagem
03/05/2005 - 12h07
Parques são ótimas opções para o turismo ecológico
Fernanda Canto
 
 
Divulgação 
  Ilha Anchieta, Ubatuba (SP).

Os números impressionam. Noventa e uma unidades de conservação florestal (parques, estações ecológicas, reservas estaduais, estações experimentais, florestas, viveiros e hortas) são mantidas no Estado de São Paulo. Elas representam 3,5% do território do Estado. Nelas estão a Mata Atlântica, cavernas, cachoeiras, trilhas e as mais diversas opções de lazer. E o melhor de tudo isso, é que na sua maior parte os passeios não saem por mais de R$ 5,00 por pessoa.

Segundo o diretor de divisão de reservas e parques estaduais do Instituto Florestal, Luís Roberto Numa de Oliveira, muitos parques têm o número de visitantes controlado como forma de preservar o meio ambiente. "É um assunto contraditório. Ao mesmo tempo que queremos atrair o público temos que controlar o número de visitantes", conta Oliveira. "Só assim garantimos a preservação do meio ambiente local."

Para manter a limpeza e a infra-estrutura destas áreas, o governo do Estado destina cerca de R$ 13 milhões por ano. A maioria deles conta com administração própria, são capazes de levantar fundos para promoção de suas atividades e, principalmente, para realização de estudos da fauna, da flora e da biodiversidade local em geral.

Intervales para aventureiros

Referência nacional para estudiosos da fauna e da flora da Mata Atlântica, o Parque Estadual Intervales (Pei) chama a atenção dos aventureiros pelo grande número de cavernas e trilhas que abriga em seus 42 mil hectares. Distante 270 quilômetros de São Paulo, na região de Eldorado e Sete Barras, região do Vale do Ribeira, o parque recebe cerca de 9,5 mil visitantes por ano e completará dez anos de fundação em junho próximo.

É um dos poucos parques com hospedaria própria. Por até R$ 35 o turista pode pernoitar em uma das quatro hospedarias com capacidade para acomodar até cem pessoas, em apartamentos de três a seis leitos. O café-da-manhã sai por R$ 5, e as demais refeições, todas caseiras e com aquele gosto especial da fazenda, saem por R$ 10. Quem quiser apenas passar o dia, paga taxa de R$ 3. O parque também conta com guias.

Mata histórica

Vizinho ao Pei, está localizado o Parque Estadual Carlos Botelho, pertencente ao município de São Miguel Arcanjo. Um de seus grandes atrativos é a rodovia SP-139, que corta todo o território do parque chegando à cidade de Registro, no Vale do Ribeira. Esta estrada foi recentemente recuperada com verbas do Estado e do próprio parque. Ela se destaca por sua característica histórica: em 1840 já era rota para ligar o interior ao litoral sul. Toda de terra, sofreu apenas uma perenização asfáltica.

"Essa estrada-parque levará o turista para o passado, lugares onde a natureza permanece intacta", conta José Luiz Camargo Maia, diretor do parque. Segundo ele, dentre as belezas naturais estão rastros históricos, como as pontes seculares.

Por ano, o número de visitantes fica por volta dos doze mil. Geralmente são passeios de apenas um dia, pois no local só existem dois alojamentos, com capacidade de vinte pessoas cada. Os ocupantes, em sua maioria, são pesquisadores responsáveis pelos 120 projetos científicos em andamento atualmente.

"Com o incentivo da iniciativa privada e da prefeitura de São Miguel Arcanjo esperamos aumentar a capacidade de acomodações", diz Maia. "E com o crescimento do parque, com certeza a região terá mais condições de oferecer novas pousadas e hotéis. Acreditamos no crescimento econômico da região por meio do ecoturismo".

Na Capital

Um dos caçulas dentre todos os parques paulistas, o Parque Ecológico do Guarapiranga completou seis anos em abril. Criado para preservar e proteger a fauna e a flora das margens da represa que leva o mesmo nome, o espaço é hoje importante opção de lazer e turismo localizado na Zona Sul da Capital.

Em seu último aniversário, o local ganhou uma curiosa Academia Popular. "É tudo montado com material alternativo", explica Marco Antônio Lucena, diretor do parque. A esteira "ergométrica" é formada por duas barras paralelas, fixadas ao lado. No meio, um barril suspenso. "O esportista se apóia nas barras e desliza os pés pelo tonel que roda em falso. Algo parecido como o carro dos Flinstones", brinca Lucena.

Segundo ele, a academia formada por aparelhos similares aos das academias convencionais, tem sido um sucesso. Quadras poliesportivas, trilhas, aulas de tai chi chuan estão entre outras atrações para quem quer exercitar o corpo. Durante a semana, o Parque recebe a visita de escolas e grupos de faculdades interessados nos cursos de preservação ambiental, desenvolvidos lá mesmo. Basta agendar com antecedência.

As atividades culturais acontecem no anfiteatro que tem capacidade para noventa pessoas. Peças teatrais e shows são realizados periodicamente. "Resumindo: temos de tudo um pouco aqui dentro, e o mais importante é o contato com a natureza em plena cidade de São Paulo, tão devastada e tomada pelo concreto e o asfalto". Por lá, a entrada é franca.

No Litoral

Presídio, Capela, sete praias, costões rochosos, golfinhos e águas cristalinas. Estes são alguns dos principais atrativos do Parque Estadual da Ilha Anchieta, pertencente ao município de Ubatuba, litoral Norte de São Paulo. Com visitação limitada, no máximo 2 mil pessoas por vez, a ilha tem 828 hectares.

Para entrar no parque, o turista paga uma taxa de R$ 2 no píer do Saco da Ribeira, local em que escunas e barcos particulares costumam aportar para o embarque dos passageiros. "Este serviço é particular. Ou o turista vem com seu próprio barco ou pode vir com uma destas escunas de empresas de turismo", explica Viviane Coelho, diretora do Parque. Ela conta que os passeios saem por no máximo R$ 18 por pessoa. No local não há hospedagem. "Existem algumas instalações que já foram utilizadas como pousadas, mas estão esperando licitação do Estado para serem terceirizadas e voltarem a funcionar."

Um passeio monitorado pelas ruínas do presídio projetado por Ramos Azevedo, em 1907, pode ser uma boa opção para os interessados na história local.

Mais informações sobre os parques do Estado de São Paulo podem ser encontradas no site da secretaria do Meio Ambiente: www.ambiente.sp.gov.br.

Serviços

Parque Estadual Intervales

Como chegar: O roteiro sugerido tem como ponto de partida a rodovia Castelo Branco - SP 280, que deve ser percorrida até o km 129. Nesse ponto, entrar no acesso para Tatuí, seguindo pela SP 127 até Capão Bonito e, depois, pela SP 181 até Ribeirão Grande. A partir daí, percorrem-se 25 km por estrada de terra bem conservada até a entrada do parque.

Hospedagem: O parque só recebe hóspedes que realizarem reservas. Durante a semana a recepção fica aberta das 8h às 20h, e nos finais de semana até as 22h.

Horário para visitação: Das 8h às 17h
Tel. para informações: (0**15) 3542-1245 e 3542-1511.

Parque Estadual Carlos Botelho

Como chegar: A Sede do Parque Estadual "Carlos Botelho" localiza-se a 25 quilômetros do centro de São Miguel Arcanjo, no bairro Abaitinga (Taquaral) com acesso pela SP 139 (rodovia estadual asfaltada). As principais rodovias de acesso são a Castelo Branco, na região do Planalto e a Régis Bittencourt, na região do Vale do Ribeira.

Horário de visitação: 9h às 16h

Tel. para informações: (0**15) 3379-4278 e 3379-1477

Parque Ecológico do Guarapiranga

End.: Estrada da Riviera, 3.286
Jd. Riviera - Zona Sul
São Paulo - Capital
Horário de visitação: 8h às 17h, de terça-feira a domingo
Tel.: (0**11) 5517-6707

Parque Estadual Ilha Anchieta

Como chegar: O Saco da Ribeira, no município de Ubatuba é o principal ponto de saída de embarcações para o parque, pois conta com estruturas de apoio às embarcações e, por esse motivo há maior numero de empresas operando com atividade turística.

Horário de visitação: 8h às 19h, nos meses de janeiro, fevereiro e dezembro.

Das 8h às 18h, nos demais meses do ano, permanecendo fechado às quartas-feiras.

Tel.: (0**12) 3832-9059 e 3932-8007

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