Construir bem, com qualidade, baixo custo e atendendo a todos os requisitos da Norma de Desempenho para Edificações Habitacionais (NBR 15.575/2013 da ABNT), que traz as exigências a serem atendidas pelos sistemas construtivos empregados no Brasil em edificações residenciais, são os principais fatores que impulsionam a utilização da alvenaria estrutural com blocos de concreto. Essas qualidades fazem com que o sistema seja empregado cada vez mais em obras residenciais destinadas à baixa renda, como no Programa Minha Casa, Minha Vida, a edifícios de alto padrão. A alvenaria estrutural com blocos de concreto é um sistema construtivo que vem sendo aperfeiçoado em nosso país desde a década de 1970. Atualmente, é também um sistema que oferece vantagens técnicas, econômicas e de sustentabilidade. As vantagens econômicas são contabilizadas quando se erguem as paredes, que por suas características já são a estrutura e a vedação das edificações, dispensando etapas como a execução de fôrmas de madeira exigidas para a execução de pilares e vigas no sistema convencional, permitindo ainda a passagem de instalações elétricas e hidráulicas pelos furos verticais dos blocos. Assim, a economia possibilitada pelo uso da alvenaria estrutural com blocos de concreto, comparado ao sistema convencional, é de 30%, em prédios de até 15 andares, a 15%, torres com 20 pavimentos, de acordo com pesquisadores de universidades renomadas, com o a Poli-USP, Federal de São Carlos-SP e Federal do Rio Grande do Sul. A economia é ainda maior pelo grande conhecimento da técnica construtiva por parte de projetistas, engenheiros, mestres-de-obra e pedreiros e responsáveis pela fiscalização das habitações construídas em todo o país, contribuindo para a confiança no cumprimento dos prazos e na confiabilidade das edificações. O atendimento à Norma de Desempenho, obrigatória a partir de julho de 2013, é atestado pelos ensaios realizados em 2014 por prestigiosas universidades e laboratórios brasileiros, que avaliaram os aspectos ligados ao desempenho estrutural, resistência ao fogo, segurança de uso e operação, estanqueidade, desempenho térmico e acústico, além de especificações de durabilidade e manutenibilidade (relacionadas à manutenção) e impacto ambiental das paredes construídas com blocos de concreto. Esses ensaios dão a necessária segurança a construtores, incorporadores e aos usuários das edificações de que o sistema construtivo atenderá a todas as exigências nesses itens fundamentais para o bom desempenho das habitações. A alvenaria estrutural com blocos de concreto oferece ainda a segurança de possuir normas completas e atualizadas, desde as relacionadas à fabricação dos blocos, projetos arquitetônicos e estruturais, métodos de execução e ensaios. No item sustentabilidade, os blocos de concreto propiciam vantagens comparativas por oferecer, além da redução ao mínimo do uso de madeira nas construções, um baixo consumo de água por metro quadrado construído, consumo esse muito menor do que sistemas concorrentes disponíveis no Brasil. Para exemplificar melhor: a construção de uma casa-padrão do programa Minha Casa, Minha Vida, com 50 m² de área construída, consome apenas 1 metro cúbico de água. Esse índice foi aferido por uma Avaliação de Ciclo de Vida, desenvolvida e realizada pelo Conselho Brasileiro da Construção Sustentável (CBCS), entre 2013 e 2014, e que avaliou o consumo de água, entre outros itens (consumo de energia, emissão de CO2, geração de resíduos) em 33 grandes e médios fabricantes de blocos de concreto de diversos estados brasileiros e verificou o consumo médio 9 litros por metro quadrado construído com blocos de concreto. O relatório completo com os resultados da ACV pode ser baixado, gratuitamente, no site da BlocoBrasil (www.blocobrasil.com.br) ou do CBCS (www.cbcs.org.br). Esse é um desempenho invejável para um setor que, até o início do século 21, ainda era constituído em sua maioria por empresas familiares e que, desde então, vem aprimorando seus processos produtivos, visando à modernização tecnológica, à melhoria da qualidade de seus produtos, com o atendimento às normas atualizadas, e à sustentabilidade do setor. No momento em que o governo federal lança a terceira etapa do Programa Minha Casa, Minha Vida, com a proposta de erguer 3 milhões de novas habitações populares até 2018, numa conjuntura marcada por crises (hídrica, energética e econômica), a construção civil e, especialmente, a sociedade brasileira só têm a ganhar com a utilização de um sistema construtivo que oferece desempenho/produtividade, economia e sustentabilidade. Em resumo, é um sistema imbatível sob todos os pontos de vista. Nota do Editor: Ramon Otero Barral é presidente da BlocoBrasil (Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto).
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