Como diria Paul Theroux, um dos maiores nomes da literatura de viagens: “quem sabe o que é ser viajante, jamais se contentará em ver o mundo como turista”. Para ele, melhor do que visitar cartões-postais, sempre foi sentar anônimo em um bar para sentir emoções mais autênticas. Seria ele o pai do chamado “Turismo de Experiência”? Não sabemos, mas a tendência realmente se consolidou e não para de crescer em todo o mundo. No caso do Brasil, país com imenso potencial turístico inexplorado, precisamos abraçar esse mercado com ainda mais força. Roteiros turísticos convencionais, com hora marcada para visitações e hotéis que servem apenas para dormir, já deixaram de ser o principal objetivo de muitos viajantes. Um novo perfil busca, acima de tudo, viver experiências significativas. Esse conceito moderno de turismo se propõe a oferecer outro tipo de relação com o local visitado, na qual uma tarde vivenciando os costumes locais vale mais do que rodar a cidade dentro de um ônibus. A viagem passa a ser encarada como uma experiência de edutenimento (educação + entretenimento) e não uma maratona sufocante para visitar o máximo de lugares no menor espaço de tempo. Oferecer uma experiência pode envolver músicas, sons, cores e, claro, atividades. A justificativa para investir em estímulos sensoriais é científica: os efeitos citados instigam partes do cérebro que tornam a sensação de prazer mais duradoura e a memória mais forte. Quem não se lembra de um jantar especial ou da adrenalina de um show? Conseguir despertar tal sentimento é a chave para tornar uma viagem valiosa e inesquecível. Mas isso não significa que os destinos consagrados precisam sair dos itinerários de viagem. Não, eles apenas devem se conectar de forma mais direta com o público, ensinando, divertindo e proporcionando momentos especiais. Esse novo tipo de abordagem é uma excelente oportunidade para hotéis, lojas, restaurantes e parques, entre outros empreendimentos destinados a receber turistas. Tudo pode ser planejado pensando na experiência final do visitante, basta valorizar a riqueza da cultura local e explorar os recursos tecnológicos disponíveis para proporcionar experiências. Com a sua riqueza cultural, o Brasil deve desfrutar muito dessa tendência, oferecendo experiências que só o nosso país é capaz. Afinal, quanto mais intenso for o envolvimento do ambiente com o turista, mais forte será a lembrança, mais marcante será cada momento e maiores são as chances de que o viajante volte e faça boas recomendações. Existe uma grande diferença entre uma viagem apenas para se lembrar e outra, realmente marcante, para nunca mais se esquecer. Nota do Editor: Leonardo Fontenele é CEO da IMAGIC!, empresa líder em Arquitetura do Conteúdo na América Latina, com escritórios em São Paulo, Fortaleza, nos Estados Unidos e na Europa.
|