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Poesias
11/03/2015 - 17h17
Homem morto na calçada
Maria Cândida Vieira
 

Há um homem caído,
de olhos abertos e boca
escancarada, jazendo
morto na calçada.

Era um simples homem,
honesto e trabalhador,
morto por um
desalmado assaltante.

Nós tentamos honestamente
nosso dinheiro ganhar,
pagar nossas contas
e o certo praticar.

Mas vem um ladrão,
de coração duro e
sem compaixão, que quer
o nosso dinheiro obter.

O ladrão vem,
com toda a razão,
impiedoso e valentão,
intimidar-nos e
ameaçar-nos.

Ficamos apavorados e
revoltados, por vir
um bandido com
uma arma, tomar
o que temos, como
se direito a isso tivessem.

Pode ser que
não reajamos.
Mesmo assim,
eles nos ferem
ou até nos matam.

Quem era esse homem,
em torno de quem
os curiosos se amontoam?
Quem era esse homem,
cujo sangue rega a calçada,
escapando do buraco
em seu pobre peito?

Ele podia ser João, Pedro,
Joaquim, José ou Miguel.
Ele podia ser qualquer um,
jovem ou maduro, solteiro
ou casado, pai de família,
estudante ou trabalhador.

Porém, agora, ele não
é ninguém mais,
porque não passa
de um número
a mais nas estatísticas,
um infeliz homem morto na calçada.

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