Recipientes devem ser vedados para evitar proliferação do mosquito Aedes aegypti
A crise hídrica trouxe mudança nos hábitos da população. Em muitas casas são encontradas caixas d'água, galões e baldes com água da chuva, da máquina de lavar roupa e até mesmo do chuveiro. Embora muita gente não perceba, a intenção de economizar água pode trazer problemas à saúde se não forem tomadas as devidas precauções. “É necessário redobrar a atenção ao se estocar água. Se não vedado corretamente, o recipiente pode se transformar em um criadouro de mosquitos Aedes aegypti. Além de ser um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de nossas casas, a fêmea do Aedes escolhe, preferencialmente, criadouros com água limpa e parada para depositar seus ovos”, explica a pesquisadora Denise Valle, do IOC/Fiocruz (Instituto Oswaldo Cruz). A cidade de São Paulo é uma das que mais tem registros de casos de dengue. Na quinta-feira (12), a Secretaria Municipal de Saúde da capital anunciou o segundo balanço da doença no ano. O levantamento revela que entre os dias 4 e 31 de janeiro foram notificados 1.368 casos, dos quais 220 foram confirmados. No mesmo dia, o prefeito Fernando Haddad apresentou também dados preliminares referentes à quinta semana (4 de janeiro a 7 de fevereiro), que já conta com aproximadamente 1.500 notificações, sendo que quase 230 tiveram diagnóstico positivo para dengue. De acordo com a IOC/Fiocruz, é de extrema importância que a população fique atenta a todo recipiente dentro de casa ou em áreas como quintais e lajes, e até mesmo nos tradicionais vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas e bandejas de ar-condicionado. “Em casos de tonéis e recipientes para armazenamento de água para consumo, a vedação deve ser completa, sem deixar frestas para impedir que o mosquito entre e coloque os seus ovos, que levam até 10 dias para se desenvolver”, comenta Valle. As altas temperaturas influenciam no metabolismo das chuvas, causando mais pancadas. “A previsão para os próximos dias é de chuva com calor em grande parte do Brasil e esta condição pode trazer riscos para proliferação do mosquito”, conta o meteorologista Celso Oliveira, da Somar Meteorologia.
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