Turistas podem nadar com mamíferos, fotografá-los e conhecer as lendas da região
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Em uma unidade de conservação com cerca de 350 mil hectares, mais de 400 ilhas, além de lagos e igarapés e uma ampla diversidade de plantas e animais silvestres, está uma das principais atrações dos turistas brasileiros e estrangeiros que visitam a região Amazônica: a interação com os botos na cidade de Novo Airão (AM). A visitação aos botos ocorre no interior do Parque Nacional de Anavilhanas e segue regras de uma unidade de conservação. A plataforma flutuante é particular e cobra ingressos no valor de R$ 15 (crianças e idosos acima de 60 anos pagam R$ 7,50). Os turistas podem fotografar os animais, apreciar a paisagem e conhecer um pouco da vida dos mamíferos. O Ministério do Turismo atualmente promove a qualificação profissional no entorno dos parques visando a melhoria dos serviços e o aumento da visitação, item contemplado no Plano de Ação da pasta para os próximos anos. Para o Ministério do Turismo, este tipo de atividade aproveita um dos grandes potenciais que o país oferece: o contato com as belezas naturais. É por esta razão que ocupa o primeiro lugar do ranking, entre 140 nações monitoradas pelo Fórum Econômico Mundial. O analista ambiental, Marcelo Vidal, coordena desde 2010 o projeto de pesquisa e manejo do turismo interativo com botos no Parque Nacional de Anavilhanas. Segundo ele, desde 2010 foram introduzidas normas para turistas que visitam o local: não é permitido alimentá-los, há um limite de pessoas na plataforma e na área submersa, sendo obrigatório o uso de colete salva-vidas, e os visitantes devem se manter de maneira passiva em relação aos animais. Além disso, não são permitidas embarcações em um raio de 20 metros ao redor do flutuante. O parque recebe cerca de 30 mil visitantes por ano. Ele fica na margem direita do Rio Negro, a uma distância de aproximadamente 200 km por via terrestre, da capital Manaus, porta de entrada do Parque Nacional de Anavilhanas. O período de maior fluxo é no segundo semestre do ano (de setembro a fevereiro), na estação seca, quando se formam diversas praias ao longo do Rio Negro. As praias da Orla da cidade de Novo Airão estão abertas à visitação, além do arquipélago formado por Aracari, Bararoá, Camaleão, Folharal/Canauirí, Iluminado, Meio, Sobrado e Tiririca. Com exceção da praia da Orla, acessível por terra, todas as outras somente são acessíveis pelo rio, utilizando-se alguma embarcação. O horário de funcionamento é das 8h30 às 17h30min. De acordo com uma lenda da região amazônica, o boto-vermelho se transforma em um belo jovem vestido de branco, que nas noites de festa seduz as mulheres desacompanhadas e as leva às águas dos rios, onde as engravida e depois some ao amanhecer. Em comunidades isoladas da Amazônia, a lenda do boto é usada para justificar uma gravidez fora do casamento ou quando o pai da criança é desconhecido. As crianças passam a ser chamadas de “filhos do boto”.
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