O Estado de São Paulo está desenvolvendo o primeiro tipo de arroz nacional produzido para a culinária japonesa, especificamente para a produção de sushi, tradicional prato oriental e muito apreciado pelos brasileiros. Esse tipo de arroz é o que apresenta maior demanda dentre os tipos especiais de grãos. Apesar da grande procura não havia nenhuma variedade especial selecionada para o cultivo em São Paulo. O IAC 400 é um produto desenvolvido pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), vinculado à Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo e foi apresentado oficialmente no último 17 de março no Dia de Campo de Arroz, evento realizado no Pólo Regional de Desenvolvimento Tecnológico dos Agronegócios do Vale do Paraíba. Segundo, Cândido Ricardo Bastos, pesquisador do Centro de Grãos e Fibras do IAC, o grão é do tipo médio, com 5 ou 6 milímetros de comprimento e tem qualidade excelente, comparada aos melhores produtos importados. "O arroz fica mais pegajoso e consistente, uma das principais características exigidas pelo padrão internacional", explica. Ele esclarece que do ponto de vista culinário, o IAC 400 é muito saboroso e também é melhor em termos de qualidade de produção. O principal tipo de arroz, considerado o top de linha utilizado na culinária japonesa é o cochicari que detém o padrão mundial de qualidade. Até então, essa variedade era importada do Japão e as que tentaram ser plantadas no Brasil tiveram baixa produtividade e pouca resistência às doenças que além de encarecer o produto, tem outra agravante: as variedades importadas não são adequadas para as características de solo e clima paulistas. Bastos explica que as sementes do IAC 400 foram plantadas em fazendas de Pindamonhangaba no ano passado e serão colhidas no final de julho deste ano. O Estado tem condições de clima favoráveis para esse tipo de arroz, com padrão compatível com a produção da melhor região do Japão. A variedade apresentou uma produtividade média de 5200 kg por hectare, equivalente aos tipos tradicionais. Para o tipo especial essa produtividade é considerada excelente. De acordo com outro pesquisador do IAC, Luiz Ernesto Azzini, os materiais importados não ultrapassam 2000 kg/ha. Outras características dessa variedade são ciclo intermediário, de 120 a 130 dias do plantio à colheita, porte baixo, com 97 cm em média. Programa de Melhoramento de Arroz O Programa de Melhoramento de Arroz do Instituto Agronômico funciona desde 1935. Na última década, tornou-se específico para atender as exigências de mercado e visando a cadeia produtiva. Nesse período foram selecionadas, seis novas variedades sendo cinco do tipo tradicional e uma do especial. Dentro do programa está incluído o Dia de Campo, que segundo o pesquisador Cândido Bastos, "é uma prestação do IAC à sociedade sobre os produtos que estão sendo desenvolvidos". Em 2001 foi lançada a última variedade especial, o IAC 500, um tipo de arroz aromático. Em março foram apresentados o IAC 105 e 106, variedades de arroz do tipo tradicional para cultivo em sistema irrigado por inundação.
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