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A inveja pode ser definida como uma vontade frustrada de possuir os atributos ou qualidades de outro ser, pois aquele que deseja tais virtudes é incapaz de alcançá-la, seja pela incompetência, limitação física ou intelectual. Considerada um dos sete pecados capitais, sua origem existe há séculos e muitas vezes é sentida por pessoas que estão próximas a nós, como amigos, parentes, conhecidos, ou seja, pode estar presente em qualquer relação. “O que muitos não sabem é que a inveja também atinge laços muito além do que imaginamos, como a maternidade e a paternidade. Existe sim a inveja entre mães/pais e filhos. Esse tipo de sentimento é cruel e difícil de enxergar. É uma psicodinâmica entornada por sentimento de dor para a filha e muitas vezes de tranquilidade para a mãe, que muitas vezes pensa que sua filha nasceu para servi-la ou compensá-la por aquilo que ela não teve ou por todos os esforços na criação da mesma. Esse tipo de comportamento tem certa caracterização de sentimentos de inveja, revolta, algo que pode ser consciente ou subconsciente e podemos ver esse exemplo na novela das 21 da Rede Globo, Império, com a relação de Magnólia (Zezé Polessa) e Maria Isis (Marina Ruy Barbosa)”, explica Alexandre Bez, psicólogo e escritor. Na novela das 21, Aguinaldo Silva mostra que a inveja de Magnólia é originada por sentimentos de frustração, incapacidade pessoal, carência de objetivos, entre outros sentimentos com a própria filha, que é mais jovem, com um futuro todo para conquistar aquilo que ela não teve. “Esse sentimento de desejar que os filhos alcancem as melhores coisas e tenham tudo do bom e do melhor seja em termos material ou sentimental é uma característica de todos os pais, mas é necessário observar até onde esse sentimento é saudável e qual é a real causa disso. No caso de Império, a dinâmica psicológica de Magnólia está cercada de aspectos incongruentes emocionais como narcisismo exacerbado, sentimento de superioridade em relação à filha e a característica mais aterrorizante que é o desprezo pelos sentimentos da filha”, analisa Alexandre Bez. Em situações semelhantes ou piores ao que vemos na novela, Bez, aconselha que o ideal seja que a mãe ao sentir isso reveja sua postura, pois este sentimento corroí e destrói uma relação e até mesmo a pessoa que o sente. “É um tipo de sentimento delicado, é preciso analisar quais são as cicatrizes resultantes desse tipo de situação, principalmente se for algo originado desde a infância, pois é nessa fase da vida que a menina utiliza a mãe como modelo e na fase adulta essa prerrogativa muitas vezes ainda existe.”, finaliza.
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