04/12/2024  23h17
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
SEÇÃO
Arte e Cultura
25/12/2014 - 10h05
Templo budista é tombado como patrimônio histórico
Ivan Richard - ABr
 
Antonio Cruz / Agência Brasil 

Em meio à movimentação de carros, do comércio e de pessoas praticando atividades físicas, o Templo Honpa Hongwanji, ou Templo Shin Budista Terra Pura, de Brasília – que fica em paisagem bucólica, quase escondido, apesar de grandioso – é um convite à reflexão e à meditação.

Erguido pelos primeiros imigrantes japoneses que chegaram à capital federal durante a construção, o templo está localizado em uma das áreas mais nobres da cidade, entre as quadras 315 e 316 da Asa Sul, a aproximadamente dez quilômetros do Congresso Nacional.

A arquitetura oriental, que mescla leveza e imponência, remete logo, no primeiro olhar, às casas japonesas, de telhados altos e curvilíneos. Os bambus presentes nos jardins dão ainda mais suavidade ao local. Apesar da proximidade com o comércio da quadra, o espaço é calmo e silencioso.

Parte da cultura brasiliense, o Templo Budista tornou-se nesta semana patrimônio histórico da capital. Decreto publicado no Diário Oficial do DF protege o templo de modificações na obra original, o sino Bonshô e seu campanário, além do pórtico de entrada e dos dois localizados nas laterais.

“Os templos de antigamente, em qualquer lugar do mundo, eram centros culturais. Eram escolas, dava-se aulas para as crianças, atendia-se aos idosos, era onde a comunidade se encontrava. Aos poucos, eles foram perdendo essa característica e passaram a ser locais onde se realizam cerimônias, ofícios”, disse à Agência Brasil o monge Sato, responsável pelo local.

“Patrimônio histórico, para mim, tem dois significados importantes e foi essa tese que defendi no Conselho de Cultura para que o requerimento fosse para a frente: primeiro, patrimônio não é bem material. Tudo bem que a arquitetura seja bonita e isso é um bem que faz parte de Brasília, mas há a parte histórica. Não para ficarmos com saudade, olhando para trás. Histórico é a referência que temos para olhar para o futuro. Essa missão do patrimônio histórico veio daí: um bem cultural que aponte para o futuro como dom Bosco, Juscelino [Kubitscheck] e outros pioneiros quiseram”, argumentou o monge.

Erguido pelos imigrantes japoneses para manter vivas suas raízes e a cultura, o templo hoje é um espaço aberto a toda a comunidade, com encontros de meditação (cantada, recitada, contemplativa e silenciosa), sessões de massagem e aulas de artes marciais.

“Embora a área tenha sido concedida aos japoneses para a construção de um templo, ela tem essa missão ecumênica, de servir à cidade. Hoje, a frequência dos não japoneses aqui é muito grande”, ressaltou Sato. Principalmente no mês de agosto, quando é realizada a tradicional quermesse.

De acordo com o monge Sato, foi Juscelino Kubitschek que convidou imigrantes japoneses a virem para Brasília à época da construção da cidade. “Ele queria que as pessoas não comessem apenas carne, mas também legumes, vegetais e frutas, que eram cultivados pelos japoneses. Então, os japoneses estão aqui desde o começo para servir à população”.

Na nova capital, acrescentou, os japoneses pediram ao então presidente do país uma área para a construção de um templo. “A equipe de Juscelino – Lúcio Costa e Israel Pinheiro – disse que teria que ser no Plano Piloto, sendo que a comunidade japonesa morava distante do centro. Por isso foi concedido esse lote tão nobre da cidade, porque Juscelino queria que a capital fosse ecumênica, onde todas as religiões fossem representadas”.

Manuseando entre os dedos o Juzu, uma espécie de terço usado pelos católicos, o monge Sato explicou que o budismo convive tranquilamente com as religiões. “A primeira vez em que vim ao templo, tinha mais de 50 anos e estava vivendo uma crise política existencial. Subi os degraus por acaso e depois aprendi que no budismo não tem nada por acaso”, contou.

Segundo ele, naquele dia o monge que comanda o templo falava sobre a compaixão de Buda e isso provocou uma mudança em sua vida. “O que é a luz da compaixão?, perguntava. Deve ser algo parecido com o amor incondicional, como o da mãe. Está sempre salvando, iluminando e a gente não sabe. Isso me chamou atenção”, lembrou.

Sato contou que dali em diante se ofereceu para ajudar o monge, principalmente com a língua portuguesa, e começou a caminhada até ser ordenado em 1998. Desde então está a frente do templo brasiliense.

No último evento do ano, no próximo dia 31, haverá o tradicional ritual de passagem de ano, com a cerimônia das 108 batidas no sino Bonshô. “São 108 esperanças sobre as quais refletimos para renová-las”, disse ele.

PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "ARTE E CULTURA"Índice das publicações sobre "ARTE E CULTURA"
26/11/2022 - 07h05 Erasmo Carlos e as várias formas de amar
08/08/2022 - 05h46 Sesc Argumenta recebe inscrições até o dia 21
08/06/2022 - 06h11 Flip deste ano será realizada entre 23/11 e 27/11
09/04/2022 - 06h45 Dia da Biblioteca (9)
27/11/2021 - 05h17 Duo Siqueira Lima na  Cripta da Catedral da Sé
19/11/2021 - 05h41 Cripta da Catedral da Sé recebe SPSC neste sábado
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.