A carne teve alta de preço de 3,46% em novembro e, pelo terceiro mês consecutivo, foi o produto que mais pressionou a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Segundo a coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes dos Santos, o preço das carnes subiu ao longo de, praticamente, todo o ano de 2014. Segundo ela, os principais motivos para a variação do preço foram a seca e os embates comerciais entre a Rússia e os Estados Unidos, que favorecem a exportação das carnes brasileiras. “No ano, a carne já aumentou 17%. A seca prejudica os pastos e faz com que o pecuarista compre mais ração, o que aumenta o custo. E as exportações do Brasil têm aumentado, principalmente para a Rússia, que deixou de comprar dos EUA para comprar do Brasil”, disse Eulina. Outro alimento que teve impacto importante no IPCA de novembro foi a batata-doce, com alta de 38,17%, a maior taxa entre os alimentos pesquisados pelo IBGE no mês. O custo dos combustíveis e da energia também pesou no bolso do brasileiro. Ao ser reajustada no início de novembro, a gasolina ficou 1,99% mais cara para o consumidor. A energia elétrica teve alta de 1,67% devido ao aumento de impostos e ao reajuste de tarifas em algumas regiões metropolitanas. O IPCA ficou em 0,51% em novembro. No ano, a inflação oficial acumula taxa de 5,58% e, em 12 meses, 6,56%, acima do teto da meta de inflação estipulada pelo governo federal, que é 6,5%. Para que o IPCA feche o ano dentro da meta, dezembro terá que registrar inflação de, no máximo, 0,86%. “O que temos visto ao longo dos últimos meses é que a taxa está girando em torno de 6,5%. Em poucos meses neste ano, a taxa ficou abaixo desse número”, disse Eulina.
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