A Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade do Caribe (Caricom) vão liderar a tropa de paz que assume a segurança do Haiti a partir de junho. Numa decisão unânime, o Conselho de Segurança das Nações Unidas criou a Missão para a Estabilização do Haiti, chamada pela sigla (em inglês) de Minustah, para substituir o grupo militar liderado pelos Estados Unidos desde a queda de Jean-Bertrand Aristide. Desde março, o Brasil estava sendo sondado por alguns países sobre a possibilidade de comandar a operação de paz. Recentemente, porém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o País assumiria o comando do grupo apenas se houvesse estreita colaboração entre as nações da região. Na semana passada, os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), José Viegas (Defesa), e Aldo Rebelo (Coordenação Política) concordaram, numa reunião com deputados e senadores, que a liderança das tropas seria positiva para a imagem do Brasil no exterior e daria força para a tentativa brasileira de ter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança. Apesar das pretenções brasileiras, o coordenador da Minustah será um representante do Secretário-Geral da OEA. A missão terá 8,3 mil homens (6,7 mil militares e 1,6 mil da polícia ou civis) e deve durar pelo menos seis meses. Destes, 1.470 devem ser brasileiros que chegarão à América Central no início de junho. A participação brasileira deve custar ao País cerca de R$ 150 milhões. Segundo a ONU, a missão deve estabilizar o país e as instituições democraticamente estabelecidas. "Além disso, os soldados devem criar um ambiente propício para a realização de eleições e para a reconstrução do país", diz a nota oficial do organismo. Em um relatório divulgado antes da reunião do Conselho de Segurança, o secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, sugeriu que as eleições aconteçam no final de 2005.
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