- Tem que ser a da folha larga. Você conhece o coentro da folha larga? Não é o coentrão que o pessoal fala por aí. É diferente, não pega de muda, mas vou arrumar uma para você.

- Você imagina que até agora o pessoal não depositou a verba da Apauba?

- Este ano nós vamos reativar a Confraria dos Escritores, você trás para mim a papelada que eu vou chamar o pessoal.

- Você precisa passar na casa da "L H" ela não está nada bem, está precisando da nossa ajuda.

- Você viu como o Spike está bonito?

- Não quero nem saber, sento lá na mesa no meio do pessoal e converso com todo mundo, não devo nada para ninguém.

Poderia juntar um monte de frases que eram marca registrada. Frases que ditas por qualquer outra pessoa não tem a força e a determinação que tinham quando faladas por ela.

Tenho a felicidade de possuir muitos amigos que sempre me ensinam muitas coisas. Com ela aprendi que a determinação não tem barreiras, que só depende de nós mesmos alcançar o nosso ideal. É uma luta solitária em que tudo é conquista, não existe fracasso quando se luta por um ideal.

Eliana de Oliveira nasceu em Ubatuba e estreou na literatura aos 15 anos de idade no grupo poético "Rumos e rimas" foi coordenadora do Grupo Setorial de Literatura da Fundart por três mandatos, idealizou o concurso de contos Washington de Oliveira e editou a primeira antologia de contos premiados.

Quando alcançamos a publicação do "Pirão 2004" ela foi uma das grandes entusiastas do projeto, não mediu esforços e bradou ao mundo a nossa singela conquista.

Neste sábado, mesma hospitalizada em São Paulo, parece que ela esperou pelo final da feirinha de filhotes da Praça 13 de maio. Às 13 horas recebemos a triste notícia que Eliana de Oliveira havia falecido.

A esta altura deve estar junto ao Criador discutindo os poderes medicinais do coentro de folha larga. Determinada com era, logo, logo, o Azul Marinho vai ser o prato principal das ceias celestiais. Tudo preparado com coentro (da folha larga).

Com saudades.