Os comportamentos mais comuns para as crianças enciumadas são reações agressivas e comportamentos regressivos, como voltar a usar a chupeta ou a mamadeira. A chegada de um bebê na família é um evento: todo mundo visita, traz presente, elogia o pequeno, o cerca de atenção e carinho. Os pais fazem de tudo para o bem estar do novo membro da família, frágil e delicado. O irmão mais velho, que não se lembra que também já foi o foco de tudo isso, fica todo inseguro, o que provoca o ciúme, inevitavelmente. É uma situação comum, natural, como aponta o professor e psicólogo da Faculdade Santa Marcelina, Breno Rosostolato. Cabe aos pais estarem atentos e preparem o ambiente previamente, ao longo do período de gravidez. “O ciúme é construído por questões de perdas, pois a criança possui a fantasia de que o irmão agora ocupa um lugar que era só seu. Daí vem outro sentimento, o de rivalidade. O irmão mais velho sente-se inseguro e amedrontado com a possibilidade de perder terreno para aquele que está vindo e então, para se defender, cria situações para manter o amor dos pais”, esclarece o professor. Breno destaca que essa mudança de comportamento com a vinda de um novo irmãozinho depende da idade, e geralmente começa entre 3 e 4 anos. “A criança já faz associações nessa idade, reconhece o outro e inicia as primeiras identificações. É nesse período que ela é invadida por fantasias, emoções e sensações de ameaça”. Os comportamentos mais comuns para as crianças enciumadas são reações agressivas e comportamentos regressivos, como voltar a usar a chupeta ou a mamadeira. Para os pais, a melhor forma de lidar com esses comportamentos típicos é tentar aproximar os irmãos. “A mãe deve incentivá-lo a tocar, pegar no colo e fazer carinho no bebê; permitir a participação do filho mais velho nos cuidados, ajudando com pequenas tarefas e parabenizando-o pela atitude. Dessa forma, a criança irá sentir-se mais valorizada, além de se desenvolver emocionalmente, internalizando conceitos de colaboração e cuidados”, aconselha o psicólogo.
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