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Comportamento
30/07/2014 - 16h00
Reflexões sobre o bullying
Breno Rosostolato
 

Bullying é um termo inglês originário de bully, que significa “valentão” ou “tiranete” que, especificamente, é aquele que abusa de sua autoridade ou posição para oprimir os que dele dependem. O termo bullying designa os atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo ou grupo de indivíduos com o objetivo de intimidar ou agredir outra pessoa (ou grupo de indivíduos) incapaz(es) de se defender. Este comportamento agressivo possui uma forma direta como apelidos, xingamentos, roubos e gestos ofensivos, a forma indireta está relacionada com difamações, isolamento e indiferença, ou seja, quando a vítima está ausente.

Saber identificar o bullying é importante, nem todo machucado ou arranhão é sinal de que a criança esteja sofrendo agressões, os meninos principalmente, possuem brincadeiras um pouco mais ríspidas o que é natural, as crianças disputam brinquedos e depois que passa o conflito, brincam juntas novamente. Para caracterizar o bullying, as agressões devem ser frequentes, ou seja, repetidas e intencionais. A criança passa por situações que causam dor ou sofrimento todos os dias, sinais que podem denunciar o bullying são quando a criança começa a dar muitas desculpas para não ir à escola, chorar, ficar ansiosa e agitada são os sinais mais evidentes. Se a criança tinha um bom rendimento escolar e, subitamente, este aproveitamento declina, é necessário averiguar o porquê disso, pode ser consequência da violência sofrida na escola.

Uma vez identificado, os pais devem procurar a escola imediatamente para interromper as agressões, é importante identificar e atuar diretamente com as crianças envolvidas. Se a escola não atuar, cabe aos pais procurarem o Conselho Tutelar para medidas diretas de proteção à vítima. Aos pais, o importante é conversar com o filho e deixar claro que a culpa não é dela, a criança deve sentir-se acolhida e confortável com o apoio dos pais.

O papel da escola é propiciar um espaço de confraternização, respeito e diálogo, trabalhar questões de cidadania e valores, tão importantes para conscientizar os alunos sobre direitos e deveres. A prevenção é sempre a melhor maneira de encarar o problema do bullying, que muitas vezes é silencioso, quanto mais cedo for identificado, mais eficazes serão os métodos de intervenção contra o ciclo conflituoso. A escola deve ainda convocar uma reunião com os pais dos alunos envolvidos. O trabalho deve ser feito junto à família, pois o envolvimento dos pais é importante para estabelecer uma parceria entre a família e a instituição, os pais devem ser exemplos para os filhos e devem participar da vida deles.

O professor possui um papel primordial para o combate ao bullying, pois, além de identificar autores, espectadores e alvos, deve intervir imediatamente numa situação de agressões gratuitas e propositivas entre os alunos. Este posicionamento do professor é de respeito e, portanto, exemplar, muitas vezes, se colocar no lugar da vítima é uma maneira satisfatória para distinguir a brincadeira inocente e a brincadeira agressiva, o professor deve comunicar o ocorrido à direção.

Atividades que estimulam a solidariedade e a cooperação são os instrumentos que o professor deve usar neste momento de conflito. Conversar com a sala de forma clara e direta sobre a importância de respeitar o colega, e o trabalho didático deve proporcionar uma discussão sobre as diferenças, logo, trabalhando a tolerância.

As consequências do bullying para a criança, num primeiro momento são baixa estima choros frequentes, agitação e ansiedade, principalmente se estes comportamentos aparecerem um pouco antes da criança ir para a escola, medos inexplicáveis, insônia, falta de apetite e urinar na cama. Num segundo momento a criança apresenta stress, dores de cabeça e pode apresentar um comportamento melancólico, ou seja, isolamento.

A criança não brinca mais como antes, se afasta dos amigos e fica em casa, evitando sair, dificuldade de concentração e baixo rendimento escolar, dificuldades de relacionamento e mudanças constantes de humor são agravantes que acompanham o estado emocional da criança. Num momento mais acentuado do bullying, pode apresentar síndrome do pânico, automutilação, como arrancar o cabelo, se furar ou se cortar, depressão e até suicídio.

A psicoterapia é aconselhável em casos mais graves do bullying, em que é nítido um comprometimento e embotamento emocional. O trabalho psicoterápico é dar vazão ao conflito e a tensão sofrida pela criança, trabalhando o trauma e fornecer recursos para a criança superar as frustrações. Em casos mais extremos do problema, a psicoterapia deve resignificar as emoções negativas e destrutivas a fim de restabelecer a afetividade, a serenidade e a espontaneidade da criança.


Nota do Editor: Breno Rosostolato é psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina – FASM.

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