O turismo de natureza está entre os segmentos que mais cresce no mundo, com índices de 10% a 15% ao ano
A Copa do Mundo está chegando ao fim, mas as opções turísticas do país devem manter o visitante pelo país por mais algum tempo. Entre julho e novembro, os amantes da natureza e da preservação da fauna e flora, podem curtir um grande espetáculo nas águas do litoral brasileiro, com a contemplação de baleias. Os cetáceos costumam buscar as águas quentes do Brasil nesta época, para acasalar, dar à luz e alimentar seus filhotes. O turismo de natureza é um dos segmentos que mais cresce no mundo, com índices de 10% a 15% – e inclui a observação de aves, insetos, flores, baleias, entre outros. De acordo com o Ministério do Turismo e a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta), este segmento tem atividades em mais de 120 países, entre eles, Estados Unidos, Canadá, Austrália, Inglaterra, Argentina, África do Sul e Brasil. O ministro do Turismo, Vinicius Lages, afirma que pelo menos 10% dos turistas em todo o mundo são adeptos do turismo ecológico e boa parte dos estrangeiros que costuma visitar o Brasil com esta finalidade, conforme dados da Organização Mundial do Turismo (OMT). “Pelo menos 46,8% dos visitantes internacionais que chegam ao país buscam lazer, especialmente com sol e praia, além de atividades de ecoturismo”, disse. Ainda segundo pesquisadores do segmento, a observação de baleias movimenta cerca de 13 milhões de pessoas ao ano e gera uma receita de US$ 2 bilhões na economia mundial – e empregos para mais de 13 mil pessoas. Na América Latina, entre 1998 a 2006, o crescimento do segmento foi de 11,3%, segundo organismos de preservação das espécies, como o Fundo Internacional do Bem estar Animal (IFAW) e a Sociedade de Conservação de Baleias e Golfinhos (WDCS). Os principais locais de observação dos cetáceos no Brasil estão no litoral da Bahia e no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, onde predomina a presença de baleias jubarte. Também no litoral sul, em Santa Catarina, existe a Área de Proteção Ambiental de baleias francas, que abrange aproximadamente 130 km e envolve nove municípios catarinenses: Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba, laguna, Jaguaruna, Tubarão e Içara. A visita ao Parque Nacional Marinho dos Abrolhos acontece de julho a novembro quando é possível ver as baleias da espécie jubarte. Famosas por seus malabarismos aquáticos, as jubarte dão saltos espetaculares e fazem belos movimentos de cauda. Elas conseguem elevar o corpão de até 16 metros para fora da água, mostrando as longas barbatanas. Elas gostam de se aproximar dos barcos e nadar ao seu redor. As jubartes também são vistas no sul da Bahia, que inclui as cidades como Prado e Cumuruxatiba. Já no litoral Sul de Santa Catarina o avistamento embarcado está suspenso desde 2012, por meio de uma liminar, e a questão vem sendo discutida na justiça. Contudo, na beira da praia e nos inúmeros costões de pedras que margeiam algumas praias do litoral catarinense, é possível ver os cetáceos bem de perto. As baleias francas já estiveram ameaçadas de extinção, mas hoje, segundo estimativa da bióloga do APA da Baleia Franca, Karina Groch, pelo menos 100 baleias devem chegar ao litoral sul nesta temporada e a população de baleias tem aumentado em média 12% ao ano.
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