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SEÇÃO
Comportamento
20/06/2014 - 10h04
Fast + Slow = Comfort
Breno Rosostolato
 
Mudanças de mentalidades e transformações no ato de se alimentar

A vida contemporânea impõe às pessoas uma nova máxima, “tempo é dinheiro”. Com isso, a sociedade vem se moldando através da história de maneiras bastante distintas. O que antes era comum e natural, nos dias de hoje é encarado com estranhamentos. As pessoas não caminham mais, não conseguem respirar adequadamente, ficam ofegantes lhes faltando ar. As imposições sociais redefiniram a cronologia do ser humano, atrapalhamo-nos até na hora de falar, expressamos mal as ideias e a boca não acompanha os pensamentos que não fluem, ficam embaralhados. Corremos enlouquecidos pela cidade, preocupados com compromissos, responsabilidades, problema e principalmente, lutando contra o tempo.

Comer mal, por exemplo, tornou-se um dos principais sintomas desta alienação que assola a sociedade. Mentes inquietas que não conseguem relaxar. O corpo, logicamente, padece destas obrigações. Faça, tenha, compre, consuma, seja.

Esta questão do alimento e a relação como nos relacionamos com ele é antiga, nos tornamos a geração fast food, comidas rápidas, geralmente lanches, e muito calóricas. Associadas a grandes redes, o fast food virou sinônimo de um estilo de vida estressante, criticado desde o final do século XX, e detalhe, acompanha fritas e refrigerante. Números alarmantes de obesidade, entre outros distúrbios alimentares, cresceram exponencialmente em todo o mundo, inclusive entre as crianças, por conta deste tipo de alimentação.

Um movimento, quase filosófico, vem ganhando grandes proporções contra essa escravidão dos lanches rápidos, o slow food. Esta outra proposta de vida vem a desacelerar as pessoas e assim, causar um impacto na famigerada correria do dia a dia. A ideia é proporcionar às pessoas um julgamento mais adequado dos próprios comportamentos e escolhas para cada momento do dia a dia, ao mesmo tempo em que se pode correr quando necessário, é igualmente importante saber quando parar, saber usufruir o momento, de forma prolongada. E é neste contexto que readquirimos prazeres que não eram notados até então.

Fundado por Carlo Petrini em 1986, o slow food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Esta concepção já é praticada em mais de 150 países, utilizando produtos naturais e de maneira artesanal, preza-se na qualidade dos alimentos e como são produzidos, respeitando tanto o meio ambiente quanto aos produtores.

A comida, na filosofia slow estabelece novos conceitos e sensações para o momento de alimentar-se, o alimento não é engolido como no fast food, mas é degustado, contemplado. O slow food oferece outras impressões de sabores, distinguindo ingredientes e contribuindo para uma vida mais saudável e bem-estar.

Diante desta nova proposta de alimentação, o comfort food é uma tendência em um momento em que as pessoas estão revendo seus hábitos alimentares e se reeducando. Houve época em que o fast food era mais dominante, entretanto, nunca foi unanimidade e nos dias de hoje a sociedade se mobiliza e revê muitos conceitos sobre a alimentação, costumes mais saudáveis e o combate à obesidade e complicações do corpo, existe uma preocupação maior quanto ao que estamos comendo e o quanto sacrificamos a própria saúde.

Aquela comidinha caseira, feita com carinho e que muitas vezes nos remete ao passado é o principal conceito do comfort food, como o próprio termo indica, conforto e aconchego. A comida da vovó é uma boa analogia para compreender a concepção comfort food, um cheiro delicioso, peculiar e que fica na memória da gente, esse tipo de comida remonta as lembranças e traz a sensação de bem-estar, de ser cuidado e nos reporta à infância.

A culinária comfort preza por ingredientes saudáveis e a simplicidade. Na direção oposta ao fast food e receitas mirabolantes e muito elaboradas, o comfort food preserva o preparo simples e natural, uma nova maneira de experimentar a comida, devagar e cuidadosa, apreciando e sentindo cada sabor do alimento. O ato de comer com pressa pode causar dificuldades na digestão, portanto, a mastigação deve ser tranquila e calma, na culinária comfort, assim como na filosofia slow food, a fome que matamos é a fome emocional.


Nota do Editor: Breno Rosostolato é psicólogo e professor da Faculdade Santa Marcelina – FASM.

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