| Arquivo Carlos Rizzo | | | | Detalhe de um cartaz onde as quatro esculturas aparecem. |
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A mais famosa é aquela esculpida em árvores, pichada em muros e nas beiras de estrada, o famoso "estive aqui" que não perde nem para o "fulano ama sicrana" acompanhada do coraçãozinho trespassado pela flecha. Faz parte da cultura brasileira esse negócio da lembrança do lugar que se visitou ou um pedaço da parte que se teve sob domínio. O Sobradão do Porto serve bem de exemplo para o que estou falando. Haviam quatro esculturas no frontal do telhado, elas representavam as quatro estações do ano. Sumiram. Ninguém sabe, ninguém viu. A Família Guizard deixou um mobiliário respeitável no sobradão, onde está? As chaves da porta da frente, os ferrolhos das janelas... Muita gente que passou por lá levou a sua lembrancinha. Esta na hora dessas pessoas começarem a devolver o que levaram, por respeito ao patrimônio da cidade. Garanto que as peças levadas não tem valor nenhum quando isoladas do todo. O valor está no conjunto que representa o Sobradão do Porto. Se o que vemos e podemos constatar está sumindo, imaginem quanta coisa foi perdida sem que a gente pudesse ver ou constatar?
Nota do Editor: Carlos Augusto Rizzo mora em Ubatuba desde 1980, sendo marceneiro e escritor. Como escritor, publicou "Vocabulário Tupi-guarani", "O Falar Caiçara" em parceria com João Barreto e "Checklist to Birdwatching". Montou uma pequena editora que vem publicando suas obras e as de outros autores.
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