A inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou variação de 1,41% no segundo período de dez dias (decêndio) de março, alta de 1,17 ponto percentual em relação aos 0,24% do mesmo período de coleta do mês anterior. O IGP-M, calculado mensalmente pela Fundação Getulio Vargas, é divulgado no final de cada mês de referência. Quando concebido, o IGP-M teve como princípio se transformar em um indicador para balizar as correções de alguns títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e depósitos bancários com renda pós-fixadas acima de um ano. Posteriormente passou a ser o índice utilizado para a correção de contratos de aluguel e como indexador de algumas tarifas como energia elétrica. A taxa, que reflete o comportamento dos preços entre os dias 21 do mês anterior e 10 do mês de referência, foi fortemente influenciada pela variação dos preços medidos pelo Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) que chegou a subir 1,87% neste segundo decêndio de março – depois de ter ficado praticamente estável no período anterior, quando a alta havia sido de apenas 0,6% - uma elevação de 1,81 ponto percentual entre um período e outro. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), responsável pelo IGP-M, houve forte contribuição para a alta da elevação dos preços dos bens finais, que avançou de -0,08% para 1,74%, pressionados pela aceleração no subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -1,37% para 13,86%. Bens intermediários passaram de 0,98%, em fevereiro, para 1,28%, em março, com destaque para o subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,72% para 1,66%. Já o índice referente a matérias-primas brutas registrou variação de 2,72%. No mês anterior, a taxa foi de -0,86%. Também contribuiu para a alta da segunda prévia do IGP-M do mês a variação dos preços medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que registrou variação de 0,63%, embora neste caso tenha havido retração em relação aos 0,64%, da segunda prévia do mês passado. A principal contribuição para o decréscimo da taxa partiu do grupo educação, leitura e recreação, que caiu de 2,05% para -0,09%. Também foram computados decréscimos nas taxas de variação dos grupos despesas diversas (2,35% para 0,45%); habitação (0,75% para 0,59%); saúde e cuidados pessoais (0,60% para 0,39%); e comunicação (0,28% para 0,24%). Para estas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens: cigarros (4,52% para 0,05%), eletrodomésticos (1,47% para 0,02%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,88% para 0,47%) e tarifa de telefone móvel (0,75% para 0,10%), respectivamente. Em contrapartida, registraram acréscimo em suas taxas de variação os grupos alimentação (0,29% para 1,21%); transporte (0,53% para 0,69%); e vestuário (-0,42% para 0,13%). Os dados divulgados pelo Ibre indicam que o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou, no segundo decêndio de março, variação de 0,25%, neste caso uma retração de 0,22 ponto percentual ante os 0,47% da segunda prévia do mês passado. O levantamento indica que o índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou variação de 0,52%. No mês anterior, a taxa foi de 0,62%. Já o índice que representa o custo da mão de obra registrou variação de 0,01%. No mês anterior, este índice variou 0,33%.
|