| Divulgação |  | | | O escritor de Luiz Brener. |
|
O MACC – Museu de Arte e Cultura de Caraguatatuba realiza neste sábado (15/3), às 19h, o lançamento do livro de poemas “Fotogramas”, do escritor Luiz Brener. A obra faz parte da “Coleção Patuscada”, projeto da Editora Patuá, que conta com a publicação de 11 livros de 12 autores inéditos, contemplado pelo ProAC – Programa de Ação Cultural da Secretaria da Cultura do Governo do Estado de São Paulo. Com o apoio da Secretaria de Cultura do Estado, os livros tiveram tiragem de 1.5 mil exemplares, totalizando, ao fim do projeto, 16.5 mil exemplares impressos. Deste total de livros, 20% foi distribuído gratuitamente para as Bibliotecas do Estado de São Paulo por meio do SisEB – Sistema Estadual de Bibliotecas. Como contrapartida, além da distribuição para as Bibliotecas Públicas, os livros impressos têm preço popular e distribuição gratuita como e-book para quem desejar conhecer o trabalho desses novos poetas. O lançamento tem entrada franca e classificação livre. O MACC está localizado no Polo Cultural Profª Adaly Coelho Passos, na Praça Dr. Cândido Motta, nº 72, no Centro. Conheça o poema “Das Vantagens da Ficção” de Luiz Brener: Como de costume, sem ter hora ou ocasião, a verve me espreita os sonhos mais sórdidos. Ela se debruça sobre mim e com seus lábios melífluos me beija ardentemente. Somos o próprio caos. Depois de algumas horas de gozo trocado, eu, ainda distante de mim, me lembro de Dulce, a bibliotecária que lambe dicionários. Recordo-me também de Agenor, o velho que cultiva bonsais em torradeiras. Me vem a mente, por último, a persistência de Hugo, o menino que empilha grãos de arroz com um apuro sobrenatural. O que por acaso nos aproxima é justamente o fato de que sonhamos sozinhos. O que curiosamente nos mantém ligados é aquilo que nos denuncia. A consciência de que meu eu só existe em lírica não é um incômodo. Muito pelo contrário, é o que dá ao meu aglomerado de células imprecisas alguma verossimilhança. O mundo seria ainda mais infindável se todo espírito pudesse desfrutar do prazer de inexistir.
|