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Comportamento
10/03/2014 - 10h00
Entenda o que é o Transtorno Desafiador Opositivo
Breno Rosostolato
 

Aquela birra típica de crianças pequenas que não gostam de ser contrariadas, agressividade, e um comportamento desafiador ou o comportamento agressivo e contestador de alguns adolescentes, pode denunciar algo para além de uma simples desobediência ou uma violência gratuita. Talvez seu filho tenha o Transtorno Desafiador Opositivo.

A característica do Transtorno Desafiador Opositivo é um comportamento negativista, desafiador, desobediente e hostil para com figuras de autoridade, pais ou cuidadores. Algumas características são bastante evidentes como, perder a paciência, discutir com adultos, desafiar ativamente ou recusar-se a obedecer a solicitações ou regras dos adultos.

Os sintomas negativos estão relacionados à raiva e a uma atitude agressiva e hostil. Comportamento argumentativo, provocação e desobediência, ficar facilmente irritadiço, temperamento forte e descontrole, colocação indevida de culpa nos outros sem assumir ou se esquivando de responsabilidades e por fim, sentimento vingativo. É importante que estes sintomas persistam por mais de seis meses para que possa se enquadrar ao Transtorno Desafiador Opositivo.

São comuns os casos de crianças e adolescentes acometidas do transtorno testarem os limites do adulto através da teimosia, ignorando ordens e regras, discutindo e contrariando de maneira deliberada, apenas com o propósito de irritar. Geralmente esta atitude destrutiva é projetado às pessoas conhecidas, ou seja, outras pessoas que não fazem parte do círculo de convivência da criança ou do adolescente não identificam este comportamento agressivo com facilidade. Os ambientes em que o transtorno pode se manifestar são os mais diversos, como em casa e na escola.

Na escola, por exemplo, a pessoa pode apresentar alta atividade motora, baixa autoestima, instabilidade do humor, baixa tolerância à frustração e uso precoce de álcool, tabaco ou drogas ilícitas. Casos de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) podem coexistir ao Transtorno Desafiados Opositivo (TDO). Existem, frequentemente, conflitos com os pais, professores e colegas.

Quanto aos pais especificamente, o comportamento destrutivo do filho pode ser uma reprodução do que a criança ou o adolescente vivencia em casa. Uma rivalidade com os pais em que cada um aguça no outro aspectos ruins. Esta violência emocional é o principal fator de uma personalidade desorganizada e opositora, pois a criança não reconhece o limite de quem deveria dar este limite. Muitos pais enxergam na escola a possibilidade de ficar longe do filho o máximo que puder, analogamente, como se estivessem livrando-se de um problema ou estorvo. Outros pais atribuem à escola a responsabilidade que deveria ser deles de orientar e serem referência para este filho. A escola ensina, mas a educação deve acontecer em casa e o carinho dos pais é imprescindível para que esta criança não se sinta abandonada e daí, vir a desenvolver comportamentos mais violentos e agressivos.

Os sintomas em geral do TDO são similares em ambos os gêneros, todavia, os homens podem apresentar mais comportamentos de confronto e sintomas mais persistentes. As taxas de Transtorno Desafiador Opositivo são de 2 a 16% da população em idade escolar. Em geral o transtorno manifesta-se antes dos 8 anos de idade e pode vir a se agravar no início da adolescência.

Embora não existam causas específicas do TDO, os recentes estudos sugerem que o transtorno parece ser mais comum em famílias nas quais pelo menos um dos pais apresenta questões psiquiátricas como transtorno do humor, transtorno da conduta ou transtorno da personalidade anti-social, além de histórico de uso de drogas. Outro caso comum são crianças que sofrem alienação parental, ou seja, o casal em processo de separação e divórcio, para afetar o ex-cônjuge, usam a criança como arma ou escudo.

É muito importante para o tratamento a participação de toda a família, uma vez que a orientação deve servir para todos e para que assim a família se sinta integrada e unida. É preciso reestabelecer o carinho, o amor e o diálogo entre pais e filhos. Para tal, a terapia familiar vai proporcionar um trabalho em grupo, reorganizando a unidade familiar, afinando a comunicação e os elos afetivos dos integrantes desta família. A terapia individual se faz necessária no sentido de acolher as questões pessoais da criança ou do adolescente, dificuldades, anseios e conflitos oriundos do TDO, tendo em vista o resgate iminente dos próprios limites, o reconhecimento dos excessos e exageros, canalizando esta energia demasiada em atitudes positivas e construtivas.


Nota do Editor: Breno Rosostolato é psicólogo clínico, terapeuta sexual e professor da Faculdade Santa Marcelina – FASM.

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