Uma questão de sobrevivência para a construção civil
Apontada como uma das grandes vilãs do meio ambiente, por utilizar em grande escala os recursos naturais e gerar 40% de todo o resíduo produzido no mundo, a construção civil tem como maior desafio diminuir o impacto ambiental gerado por suas atividades. Se o setor não enfrentar este problema, propondo e desenvolvendo programas com a participação do governo, de entidades ambientalistas e da sociedade, muitas leis relacionadas ao meio ambiente e que afetam diretamente a cadeia produtiva da construção civil podem ser aprovadas à sua revelia. E isso pode ter conseqüências nefastas para o setor. "Grupos ambientalistas bem-intencionados, mas que desconhecem a complexidade da construção civil, podem forçar a adoção de medidas que comprometerão a economia de toda cadeia produtiva, além de prejudicar a própria sociedade", alerta o diretor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, (POLI/USP). O professor Vahan Agopyan discutirá este assunto no seminário Inovação na Construção Civil Brasileira, a ser realizado pelo Instituto Uniemp, no dia 31 de março, em São Paulo. Segundo Agopyan, o setor, em todo mundo, demorou a perceber a importância de buscar soluções para este problema. Em contrapartida, a sociedade vem exercendo forte pressão para proibir, por exemplo, que os materiais de construção sejam produzidos com componentes considerados nocivos ao meio ambiente. O problema é que as medidas que atendem às reivindicações da sociedade nem sempre são adequadas à realidade do setor, ou tampouco favorecem o consumidor. "A proibição do uso de um componente num determinado material de construção, por exemplo, deve ser acompanhada pelo oferecimento de um alternativo, com propriedades físico-mecânicas e de durabilidade semelhantes, além de custo compatível", afirma Agopyan, lembrando que a substituição de um componente não afeta penas as obras futuras, mas também as edificações já existentes que necessitam de manutenção. O diretor da Escola Politécnica acredita que, além de ter ações mais contundentes para diminuir o impacto ambiental de suas atividades, o setor deve divulgar espontaneamente e sem receios os seus avanços e as suas dificuldades para que a sociedade seja bem informada. Só assim seriam evitadas medidas precipitadas e inadequadas. "A sociedade também deve ser informada de que a construção civil pode contribuir, como já tem demonstrado em outros países, para a recuperação de áreas degradadas, passando a ser um instrumento útil para os ecologistas", finaliza. O seminário Inovação na Construção Civil Brasileira, promovido pelo Instituto Uniemp - Fórum Permanente das Relações Universidade-Empresa -, será realizado no dia 31 de março de 2005, no Hotel Holiday Inn Jaraguá (Rua Martins Fontes, 71, Centro, São Paulo). Na ocasião serão lançados o livro Inovação na Construção Civil Brasileira, com um conjunto de monografias, e a revista ICCB - Coletânea de Trabalhos, reunindo artigos de diferentes profissionais da área. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (0**11) 2178-0466, fax (0**11) 3283-3386 ou e-mail inovação@uniemp.org.br. Mais informações no site http://home.uniemp.org.br/seminarios.
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