Desde a tragédia na boate Kiss, em janeiro de 2013, na cidade gaúcha de Santa Maria, os incidentes com incêndios ganharam grande evidência em nosso país. Para se ter uma ideia, o primeiro semestre do ano passado teve 164% mais ocorrências com fogos noticiados que o mesmo período de 2012, seja por conta da atenção que o tema recebeu ou pelo aumento de fato na quantidade de incêndios. Mesmo diante deste cenário, alguns termos ainda são desconhecidos da grande maioria da população, ainda distante da cultura de prevenir tragédias com perdas materiais e, principalmente, vidas. Você sabe, por exemplo, o que é um sprinkler? Como funciona, quais os benefícios que pode trazer? Termo muito comum no mercado de prevenção a incêndios, o sprinkler nada mais é que aquele chuveiro automático instalado no teto dos andares de um prédio e tão famoso em filmes de ação. É um equipamento capaz de controlar ou suprimir um incêndio antes que se espalhe, ao distribuir um jato d’água que atua sobre o foco inicial do fogo. Ele é ativado por meio de um elemento termo–sensível, que se rompe quando a temperatura de operação, que varia de ambiente para ambiente, é atingida e ativa o sprinkler. Sob pressão, a água é descarregada por um orifício, atinge o defletor e se espalha em formato de guarda–chuva sobre o fogo. Cabe ressaltar, no entanto, que apenas o sprinkler atingido pelo calor é ativado, ao contrário das cenas de ação em que todo o sistema de um prédio libera água para controlar o fogo. Toda essa eficiência faz do sprinkler o equipamento de segurança contra incêndios mais sólido e confiável para todos os estabelecimentos, inclusive os do mundo empresarial. Estatísticas do mercado de seguros e resseguros, por exemplo, demonstram que os prejuízos em prédios sem a proteção de sprinkler são muito mais extensos e impactantes, além de apontarem que o tempo de inatividade de uma empresa atingida por um incêndio é muito menor quando existe um sistema de chuveiros automáticos corretamente projetado e instalado. O valor dos danos comerciais e industriais causados por incêndios só está aumentando. Apenas para mensurar o tamanho do prejuízo, um levantamento feito na Grã–Bretanha aponta que, se a tendência continuar, a previsão é de que até 2020 esse tipo de incêndio possa custar até 10 bilhões de libras às empresas de lá. Além de combater diretamente o fogo sem a necessidade da ação humana, o sistema de sprinkler faz soar um alarme, conhecido por gongo hidráulico, sempre que a água é descarregada por um ou mais chuveiros. Normalmente, um incêndio começa quase imperceptível e pode permanecer assim por um longo período enquanto está se formando. O problema, porém, é que, quando se propaga o bastante para ser visto ou desencadear um alarme, o tempo que leva para tomar uma proporção maior é de apenas segundos. Como o fogo gera densa fumaça e acaba com o oxigênio do espaço, fica praticamente impossível que alguém tente controlá–lo em um rápido espaço de tempo. Em um edifício sem sprinklers, o fogo facilmente fica descontrolado e, quando os bombeiros chegam, muitas vezes não há mais tempo para evitar perdas irreparáveis e, até mesmo, vidas. As empresas devem adotar medidas adequadas de proteção e prevenção a incêndios e de combate ao fogo, bem como implantar sistemas de evacuação em caso de emergência. Sprinklers protegem propriedades, patrimônio, investimentos, o meio ambiente e, principalmente, vidas. Afinal, garantir a segurança das pessoas deve sempre ser prioritário. Nota do Editor: Felipe Melo é engenheiro eletricista com MBA em Gestão de Projetos e Diretor de Projetos da ICS Engenharia, empresa especializada em proteção contra Incêndio.
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