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Arquitetura e Engenharia
19/02/2014 - 18h00
Fazer o certo para não refazer
Ilan Pacheco
 

A falta de tempo, atualmente, é algo que aflige a vida da maioria das pessoas. Em busca de qualquer minuto a mais, muitas vezes tentamos pular etapas ou realizá-las da maneira mais simples possível. E na hora de proteger os empreendimentos contra incêndios, infelizmente, não é diferente, mesmo sendo um ramo muito importante para a preservação de nossos bens e, principalmente, nossas vidas. Comprar apenas os equipamentos essenciais para passar na vistoria do Corpo de Bombeiros é a prática mais comum para se ganhar tempo. Porém, se você acha que assim economizará um tempinho extra, aí é que você se engana.

Muitas vezes apenas fazer o básico é sinônimo de que algum tempo depois terão que ser refeitas algumas obras ou será necessário instalar mais alguns equipamentos. Então, por que temos tempo para fazer de novo, mas não para fazer certo? A resposta, talvez, seja que a cultura do “não vai acontecer comigo, só com o vizinho” é mais forte que a de prevenção a incêndios. Ou ainda que a falta de normas claras, unificadas, de planejamento e de documentação seja uma boa explicação.

Uma das poucas normas, a edição 2013 do NFPA 72®, Código Nacional de Alarme de Incêndio e Sinalização, contém uma lista de 14 requisitos sobre documentação mínima para um sistema de alarme de incêndio. Incluídos nesses requisitos estão um texto que descreve o propósito, o sistema e uma sequência de operações que devem ser realizadas.

Essa documentação orientará o programador para garantir que a atuação de um dispositivo tenha como resultado uma resposta e operação adequadas. Por exemplo, quando alguém fecha uma válvula de sprinkler, a sequência operacional do sistema deve iniciar um sinal de supervisão.

A maioria dos empreiteiros planeja suas instalações. Como parte desse plano, eles analisam os desenhos do projeto e determinam como podem instalar de forma eficiente os dispositivos, aparelhos e equipamentos de controle. É por essa razão que a descrição do sistema deve identificar claramente cada dispositivo e que o empreiteiro deve verificar essa informação antes da programação.

Não há necessidade de desperdiçar tempo repetindo erros de programação ou instalação porque estava com pressa e não tinha tempo de fazer certo na primeira vez. Planejar sua instalação em todo o processo, até os testes de aceitação, e desenvolver requisitos mínimos de documentação definidos no NFPA 72 ajudará a evitar o tempo perdido quando se está tentando terminar a instalação do sistema de alarme de incêndio. Sempre no momento certo e nos limites do orçamento.


Nota do Editor: Ilan Pacheco é engenheiro eletricista, pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho e Diretor Corporativo da ICS Engenharia, empresa especializada em proteção contra incêndio.

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