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Brasil
12/10/2013 - 11h00
Educação de pessoas com deficiência
Jean Gaspar
 
Possibilidades e desafios

Segundo dados do Censo de 2010, o Brasil possui atualmente mais de 45 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência, o que representa quase 24% da população. Deste total, mais de 13 milhões são deficientes físicos. Uma minoria que supera a população de países como Portugal, Bélgica, Israel, bem como os nórdicos, como Suécia, Dinamarca, Finlândia e Noruega.

Temos, portanto, um país dentro de um continente e que merece a devida atenção e respeito. Muito se avançou nos últimos anos, com políticas públicas voltadas ao acesso à educação, à inclusão social, à acessibilidade e à atenção à saúde. Mas a realidade ainda está longe de ser a ideal. Por isso, nesta semana em que se celebra no Brasil o Dia do Deficiente Físico, voltamos nosso olhar para as reais condições existentes, de modo a lançar luzes para as ações prementes, em especial no que se refere ao acesso à educação.

Um dos principais desafios da educação é justamente tornar a escola acolhedora das diferenças de seus alunos e alunas. Isso porque a instituição escolar foi tradicionalmente voltada aos públicos que correspondiam a um padrão de normalidade. Daí que transformá-la em uma instituição inclusiva ou aberta às diferenças implica rever o próprio conceito da escola frente à diversidade e repensar a formação de professores para essa nova realidade. Significa reavaliar o próprio papel da educação escolar na sociedade.

A escola inclusiva está afinada com os direitos humanos, pois respeita e valoriza todos os alunos, cada um com suas características individuais. Ela acolhe e se modifica para garantir que os direitos de todos sejam respeitados. Não se trata de uma moda passageira, mas sim do resultado de estudos e discussões em todo o mundo, que enxerga a educação como lugar para o exercício da cidadania.

Um dos principais desafios da educação é tornar a escolha acolhedora das diferenças de seus alunos e alunas.

A inclusão exige um processo de mudança e de reestruturação das escolas como um todo, de modo a assegurar que todos os alunos tenham acesso a todas as oportunidades educacionais e sociais que a escola oferece, incluindo o esporte, o lazer e a recreação, ao mesmo tempo em que impede a segregação e o isolamento. Isso significa mudar o sistema educacional, até então focado no ajustamento do aluno às demandas escolares, a sua integração, que significa apenas o preparo e adaptação do aluno à escola. Um modelo fundamentado numa política de inclusão vai além da integração e envolve a remoção dos obstáculos que impedem a participação das pessoas com deficiência na vida em sociedade.

Não basta pôr a criança na escola. É preciso criar mecanismos de união entre escola, família e sociedade. Ao poder público, cabe investir na materialidade das escolas, na formação dos professores para que atuem profissionalmente com a criança, integrando-a na sociedade como cidadão e na valorização dessa atividade.

Há muitos desafios a serem superados. Em termos econômicos, é evidente que a escola inclusiva tem um custo mais elevado, até porque a estrutura física da escola precisa ser adaptada. Mas o investimento que hoje é feito em clínicas e escolas especiais pode ser revertido para o processo de inclusão.

Também é necessário preparar o professor para lidar com o aluno deficiente, bem como no âmbito pedagógico é preciso rever todo o sistema escolar, envolvendo a questão do currículo e da avaliação. Enfim, são muitos os desafios e questionamentos ainda sem respostas prontas, mas que se colocam como imperativos para uma sociedade que busca a equidade de oportunidades e direitos para todos.

O importante é pensarmos na inclusão não como um fim em si, mas como um processo do qual todos nós somos partícipes e responsáveis. Só assim mães e pais podem se sentir verdadeiramente apoiados para desempenharem seus papéis de educadores, que nada mais é que cuidar de todos os membros de suas famílias. Assim eles terão garantidas a valorização e a aceitação das diferenças de seus filhos.


Nota do Editor: Jean Gaspar, mestre em Filosofia pela PUC/SP, é apresentador do programa Filosofia no Cotidiano (TV Cantareira) e presidente da Liga do Desporto, entidade que promove atividades físicas e desportivas como instrumento de educação e formação da cidadania.

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