O cotidiano de qualquer profissional tem seus momentos difíceis. Tudo pode ser motivo para uma insatisfação. Corte de custos, chefe agressivo, cliente chato, concorrente mais competitivo, mudanças na empresa. Lidar com estas incertezas é um grande desafio para o profissional. Há pessoas que podem reagir de forma mais aberta, externando o que sente, assim como as reações podem ser de maneira passiva. Entre um extremo e outro, alguns podem, mesmo sem má intenção, questionar a situação entre seus pares. Pronto: está feita a fofoca, uma grande inimiga do clima organizacional. “Freud dizia que quando ‘Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo’. E ela é privada aos seus grupos de afinidade. Assim, o funcionário alvo é sempre o último a saber”, explica Monclair Cammarota, coach credenciado pela Federação Internacional de Coaching e diretor executivo da Ekoá Jogos Empresariais, que alega que isto pode criar um ambiente de trabalho que afete a produtividade dos funcionários. Segundo Cammarota, o ditado em que se diz que a confiança demora anos para ser construída e segundos para ser destruída pode ser levada a sério nas relações profissionais. “Quando o autor é identificado e a mensagem é negativa, certamente haverá prejuízo no relacionamento. Ainda mais quando a mensagem não transmite exatidão, sendo externada com aquelas expressões do tipo ‘ouvi falar’, ‘todo mundo está dizendo’ e afins”, atenta. A comunicação informal estará presente sempre em qualquer tipo de empresa. O problema acontece quando os comentários expõem negativamente uma pessoa ou a própria empresa. “Para que haja um ambiente de confiança é importante que as pessoas tenham liberdade para expor suas ideias e percepções, que haja feedbacks constantes do chefe para a equipe e da equipe para o chefe, que a empresa tenha regras claras e que sejam aplicadas a todos, e que os sistemas de reconhecimento e promoção sejam transparentes”, esclarece Monclair. “Quando não há confiança no ambiente de trabalho, as pessoas gastam muita energia mental avaliando o que está acontecendo, se tem alguém tentando prejudicá-la, se tem alguém ganhando mais e criando defesas para possíveis ataques”, mostra o coach. Uma boa medição no nível de confiança está nas reuniões. Quando há confiança, as pessoas debatem sobre a pauta. Quando é o contrário, as pessoas confrontam suas vaidades.
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