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Turismo e Viagem
14/09/2013 - 14h00
O desperdício do potencial turístico
Luiz Augusto Pereira de Almeida
 

A Tunísia, república árabe no Norte da África, com 163 mil quilômetros quadrados, população de 10 milhões de pessoas e pouca diversidade cultural e paisagística, recebeu cerca de seis milhões de visitantes estrangeiros em 2012. É o mesmo movimento registrado pelo Brasil, com seus 8,5 milhões de quilômetros quadrados, mais de oito mil quilômetros de costas, regiões belíssimas de montanhas, quase 200 milhões de habitantes, natureza exuberante, culinária e cultura riquíssimas.

Já passou da hora de questionarmos o porquê de nosso imenso potencial turístico ser aproveitado de modo tão ínfimo, sendo que a sua exploração adequada certamente agregaria alguns pontos percentuais em nosso PIB, atraindo investimentos e propiciando a criação de milhares de postos de trabalho em hotéis, restaurantes, empresas de transportes e serviços e casas de espetáculos, abrindo muitas oportunidades para artistas, músicos e profissionais de diversas áreas. Não se trata de meta inviável, considerando que a Espanha recebe 60 milhões de visitantes estrangeiros anualmente, a França, 80 milhões, e os Estados Unidos, 60 milhões.

Para não citar apenas nações desenvolvidas, o México é visitado por cerca de 20 milhões de estrangeiros por ano. A comparação com esse país latino-americano é importante para esta análise, pois, a rigor, ele tem os mesmos problemas que o Brasil quanto ao principal fator potencialmente desestimulante do turismo: criminalidade elevada. No entanto, sua infraestrutura hoteleira e urbana está mais avançada proporcionalmente ao seu porte e demandas.

O Brasil, a despeito dos investimentos feitos nas duas últimas décadas, ainda tem baixa oferta de leitos em hotéis. Quando há um grande evento no Rio de Janeiro, por exemplo, como as recentes Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude, é impossível conseguir vaga em um hotel, o mesmo acontecendo em períodos de férias. No carnaval, principal momento turístico da Cidade Maravilhosa, milhares de estrangeiros deixam de comparecer simplesmente porque não têm onde se hospedar.

Leis exageradamente restritivas impedem a devida exploração do potencial hoteleiro de nossos oito mil quilômetros de costas litorâneas. Isso, sem falar na precariedade de portos, aeroportos, estradas e a inexistência de transporte ferroviário de passageiros. Na cidade de Cancún, no México, em apenas 22 quilômetros de praias, há 148 hotéis, e isso não prejudicou o meio ambiente. Ao contrário, numerosos desses estabelecimentos receberam a certificação de “Turismo Sustentável” concedido pela entidade australiana Green Globe. Resultado: o turismo deixa US$ 5 bilhões anuais nos cofres do município.

Aqui no Brasil, contudo, ainda não conseguimos viabilizar algo assim. Exemplo disso é o que ocorre no litoral paulista, que deveria atender a contento a demanda turística da população do Estado, principalmente os habitantes da Grande São Paulo, maior metrópole da América Latina, cujos habitantes carecem de alternativas de praias não muito distantes. E um dos grandes obstáculos que impediram maiores investimentos nesse setor foi, sem dúvida, a enxurrada de leis ambientais, muitas vezes não muito claras, que tornaram o ambiente de negócios inseguro.

Entretanto, esse cenário tende a mudar. Em março deste ano, o governador Geraldo Alckmin, regulamentando 15 anos depois a Lei nº 10.019, de 3 de julho de 1998, assinou o Decreto 58.996, que dispôs sobre o Zoneamento Ecológico-Econômico do Setor da Baixada Santista. A partir de agora, todos os municípios da região passaram a contar com elementos claros e objetivos para tratar a questão ambiental e de seu desenvolvimento socioeconômico. Com isto, assegura-se um clima positivo para investimentos. Quem sabe, a multiplicação de medidas como essa em todo o Brasil nos permita, em pouco tempo, receber mais turistas do que a Tunísia.


Nota do Editor: Luiz Augusto Pereira de Almeida é diretor da Fiabci/Brasil e diretor de marketing da Sobloco Construtora.

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