| Reprodução - Via internet |  | | | A personagem Perséfone (Fernanda Karla) de Amor à vida, trama das 21h da TV Globo. |
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O grande lance das novelas não se restringe apenas ao entretenimento. Um roteiro bem elaborado consegue entreter e passar informações inerentes a nossa existência. É o caso da trama das 21h da TV Globo, onde permeiam com facilidade entre esses dois princípios. Assuntos inerentes como: traição, ganância, falsidade, mentiras, tratos ilícitos, falsificações, inveja, desejo carnal, matrimônio malsucedido, irresponsabilidade e tantas outras questões, que nos rodeiam em nossa rotina, estão ali presente. Muitos tabus também constam no script da novela como a atração do palestino pela moça de origem judia, a problemática da virgindade, entre outros. Essa última é a que será o tópico a ser desenvolvido nesse release. A atriz Fernanda Karla que interpreta a fofa enfermeira Perséfone exibe sua principal obsessão em seu doloroso e frustrante calvário, a amargura de ser virgem. Quanto mais ela tenta romper com esse estigma mais esse a persegue, pois todas as suas tentativas encerram-se em algum tipo de fracasso. O que Perséfone necessita entender é que por mais que pareça uma anedota, a perda da virgindade ainda repercute algo muito sério na constelação mental feminina. Não adquirindo a mesma conotação de importância no sexo oposto. Mesmo que não haja uma estabilidade na relação, a pessoa “que romper o lacre” da mulher será lembrada por muitos anos de uma maneira muito especial. Portanto não pode ser qualquer homem, qualquer encontro íntimo casual. Tem que ser aquela relação amorosa, justamente para não criar laços sexuais traumáticos e viabilizar a mulher para ter uma vida sexual adulta e sadia em seus próximos encontros amorosos. Ser virgem é uma condição da mulher. Mas é muito interessante analisar a condição dela para entender quais são os motivos que ocasionaram essa (desagradável, ou não) condição. São muitas as circunstâncias que podem manter uma mulher fiel ao seu rótulo de virgem. Entre elas citamos: Fator religioso: Devido a uma dura criação a mulher submete-se aos preceitos religiosos em sua família, independente de qual seja essa religião. Fator moral: A mulher é criada para casar virgem e assim não desmoralizar sua família, muito comum em famílias rígidas e conservadoras. Fator psicológico: A mulher trabalha com a questão do medo usualmente de um eventual fracasso e da insegurança geralmente de ser descartada após a consumação do ato sexual. Esses dois elementos a afastam de ter um comportamento sexual adulto e normal. Fator psicofísico: Por indução e suposição da sua própria mente, a mulher imagina que sentirá mais desprazer ocasionado pela dor do que prazer. Fator sensorial: A mulher possui uma percepção distorcida de sua própria imagem corporal. Ou seja, ela pode “se perceber” muito diferente do que na realidade o é, ou se achar inadequada fisicamente para “se tornar mulher”. Sentimentos de baixa-estima estão envolvidos, assim como vergonha de seu corpo. Muito comum ocorrer com gordinhas por exemplo. Vários elementos estão presentes no “imaginário feminino”, referente quanto a perder o rótulo de ser virgem. A imaturidade emocional da pessoa contribuirá muito positivamente ou negativamente nesse sentido. A perda mesmo que imaginária do hímen também se configura como uma delas. Ele pode significar o abandono de uma barreira entre o fim da puberdade e a recém-maturidade feminina conquistada. O processo da perda da virgindade pode providenciar condições futuras para a mulher estar disponível fisicamente para procriar, muitas vezes assustando-a, sendo que este não é um desejo seu. O receio com o lidar com a inexperiência também facilita a dificuldade de uma relação natural e sadia. É importante lembrar a mulher de que virgindade só se perde uma única vez. Portanto o filtro seletivo, usado na escolha do primeiro parceiro tem que atender a demanda de uma boa escolha. Essa ação interage no aspecto psicológico da mulher como sendo de altíssima prioridade. O que não acontece com Perséfone. De acordo com sua ansiedade frustração e stress ela tenta escolher qualquer um, mas com isso despreza a opção de ter sido de fato especial, com alguém especial e numa condição especial. E é o que conta para a satisfação e plenitude do aparelho sexual feminino. Estando em sua plena consciência do fato, a mulher terá a tranquilidade de escolher e com isso administrar o controle necessário para lidar com a situação. Sem pânico e desespero. A primeira experiência pode definir para sua a qualidade e o tônus da vida sexual da mulher. Também significa a transição de um período anterior psicologicamente imaturo, para uma maturidade já consumida e impetrada em um desenvolvimento psico-afetivo-sexual satisfatório com respostas positivas ao comportamento sexual. Sem ansiedade ou arrependimentos. A mulher será beneficiada com o princípio de estar “totalmente preenchida”. Dicas para interagir melhor com a primeira experiência: 1) Não faça comparações associativas. Ou seja, despreze os comentários das amigas quanto à primeira vez delas. 2) Permita se curtir (daí a importância de uma boa escolha). 3) Use e abuse da criatividade. 4) Entenda que a primeira vez pode ser ou não a primeira do seu parceiro, dependendo de qual escolha. 5) Não vá com pressa. Permita trocar carícias. Aproveite o antes, o durante e o depois. 6) Demonstre seu prazer, não tenha medo de expor sua satisfação. 7) Não se assuste com o “friozinho na barriga” ele pode demonstrar o estabelecimento do orgasmo. Sinta-o. 8) Caso não tenha progredido na primeira tentativa, não se desespere. Providencie outra sem stress. Nota do Editor: Alexandre Bez é psicólogo e escritor.
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