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Arte e Cultura
25/08/2013 - 09h12
Viva o digital
William Silveira - NPS Brasil
 

Latas de cromo já meio oxidadas com a inscrição “For Professionals”. Tanques de revelação com seus pares de espirais metálicas e filtros “multigrade” com algumas provas impressas em 6 x 9 cm, todos em uma mesma caixa de madeira. Um rolo de filme 120 mm vencido em 2002 ainda sem uso.

Foi abrindo algumas caixas que estavam guardadas há alguns anos, empoeiradas e escondidas atrás de outros velhos itens analógicos, que percebi o quanto a fotografia mudou nos últimos quinze anos.

Da primeira fotografia, feita em 1826 pelo francês Niépce, e do primeiro Daguerreótipo, registrado por Louis Daguerre em 1837, até as impressionantes câmeras que faziam quatro ou seis fotos por segundo, a fotografia mudou bastante, mas mudou lentamente. No princípio, era uma arte menor, que registrava a realidade e estava restrita aos retratos de família. Com as inovações tecnológicas que produziram câmeras menores e processos menos complexos para revelação, abriu-se o leque de situações que poderiam ser fotografadas: guerras, manifestações, o cotidiano das pessoas nas cidades, o indivíduo comum levando sua vida. Hoje, quando olhamos para a história do mundo, vemos imagens estáticas, fotografias. As mudanças foram tão significativas, que hoje percebemos que foi a fotografia, a tal arte menor, que ajuda a contar a nossa história recente.

A fotografia continuou se popularizando. Lembro-me da pequena câmera “rangefinder” do meu tio, nos anos 80. Apesar de não ser profissional, ele a tratava como item da família e ninguém ousava fotografar com ela; claro que tentei.

Nos anos 90, aprendi a fotografar no “antigo” processo, analógico. Depois vi a revolução digital, que trouxe novos termos, como AWB, megapixel, sensor de imagem, CCD e CMOS, ao restrito vocabulário da fotografia. Uma nova história estava começando. O salto tecnológico foi gigantesco e criou um abismo entre o tradicional e o moderno. Tudo era novo e muitos fotógrafos profissionais deixaram de lado seu trabalho por não aceitarem ou não entenderem o novo processo.

A fotografia transformou-se. As câmeras diminuíram, ficaram mais acessíveis, fáceis de usar e até se fundiram com outros aparelhos, como os telefones celulares, também filhos da revolução tecnológica, digital.

A linguagem baseada em imagem ganhou impulso. A nova fotografia, aliada à também inovadora Internet, deu força à imagem. A forma de comunicar mudou. Nunca se fotografou tanto na história da humanidade. Nunca a imagem estática teve tanta relevância. A imagem seduz, vende, informa, registra o cotidiano, expõe o que os olhos veem no mundo todo, e tudo pode ser online. A fotografia agora não é mais restrita a poucos. Ela é popular e está nas mãos de todos.

Por um minuto, abrindo aquelas minhas caixas analógicas, senti um pouco de saudade, mas confesso que o sentimento passou rápido. A única coisa que perdemos com a fotografia digital foi aquela reza para cada trabalho feito em filme que aguardava a revelação.


Nota do Editor: William Silveira, Nikon Professional Services & Special projects coordinator na Nikon do Brasil Ltda.

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