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Gastronomia
06/07/2013 - 18h00
O incompreendido vinho Amarone
 
 
MaxBrands (www.mxbrands.com.br) conta um pouquinho da história do Amarone, o delicioso vinho do Vêneto

As cidades da região italiana do Vêneto vivem no nosso subconsciente como algumas das mais românticas do mundo. A verdade é que a misteriosa Veneza, cujas gôndolas passeiam morosamente pelos seus canais, e a cidade medieval de Verona, que inspirou a trágica e romântica história de Romeu e Julieta, possuem um tesouro muito maior e ainda pouco explorado pelos brasileiros: seus vinhos.

Se por um lado o método tradicional de produção de vinhos prioriza a expressão do terroir e da fruta, com a mínima interferência humana possível além do cultivo, fermentação e guarda, por outro, existem exceções que resultam em vinhos magníficos, quando a técnica de produção envolve a participação ativa do produtor, como no método do Champagne (que inclui procedimentos tais como segunda fermentação, corte, degorge etc.) e, particularmente, nos deliciosos vinhos do Vêneto, incluindo os Amarones, os Ripassos e Reciotos.

Um pouco de história

O Amarone della Valpolicella, considerado o melhor vinho de Verona e um dos mais importantes tintos italianos, é a evolução do Recioto, que figura entre os mais antigos da história do vinho. No século IV dC, Cassiodoro, o ministro de Teodorico, rei dos visigodos, descreveu em uma carta um vinho chamado Acinatico, feito com uma técnica especial de secagem das uvas e produzido na região conhecida como Valpolicella.

O Acinatico é, sem dúvida, o ancestral do Recioto e Amarone. Antigamente, era produzido apenas o Recioto em Valpolicella, um vinho doce e aveludado cujo nome deriva da palavra "reece", que no dialeto local significa “orelha”, já que eram usadas apenas as uvas mais altas da vinha e com melhor exposição ao sol. Com o passar do tempo e as mudanças das estações do ano, as uvas, embora fossem trabalhadas da mesma maneira, davam vida (após a fermentação) a um vinho consideravelmente mais seco do que o original. Se num primeiro momento esta transformação podia ser um problema, este Recioto mais seco e, consequentemente mais amargo, prevaleceu facilmente ao doce e tornou-se cada vez mais apreciado e solicitado. Nascia o Amarone (da palavra italiana amaro, amargo em português), cujos primeiros rótulos começaram a serem engarrafados apenas no início do Século XX.

O Método Amarone

Feito das castas locais Corvina, Rondinella e Molinara, o Amarone tem na Corvina a rainha do corte. Em sua produção peculiar, as uvas passam pelo processo de “apassimento”, que é a secagem natural das uvas em soleiras, durante 4 meses, onde a fruta perde até 40% do volume de água, ganhando em concentração de nutrientes e açúcar e, consequentemente, aumentando sua graduação alcoólica (em média de 14º para 17º). A técnica do appassitamento remonta ao tempo dos romanos. Não são usadas uvas passas, apenas levemente passadas do ponto. O resultado é um mosto bem mais concentrado e complexo, com grande quantidade de polifenóis e resveratrol (as principais substâncias antioxidantes do vinho, que fazem muito bem à saúde).

Como um Amarone turbinado, o Ripasso é o terceiro grande vinho nobre da região do Vêneto. Na produção do Ripasso, o vinho é refermentado por 15 dias no bagaço das uvas que produziram o Amarone clássico, ganhando cor, estrutura, aromas e taninos – além de 1 à 1,5% a mais de álcool. Assim como seu “primo mais velho”, as únicas castas permitidas para a produção de um autêntico vinho do Vêneto são Corvina, Rondinella e Molinara.

Cesari

Um dos mais importantes e tradicionais produtores do Vêneto, Cesari chega ao Brasil com exclusividade pela MaxBrands e traz alguns dos melhores Amarones e Ripassos do mundo. Fundada em 1936 por Gerardo Cesari na cidade de Verona, esta vinícola Italiana possui uma longa história e tradição na produção de Amarone, Valpolicella e Bardolino, provenientes da exploração de 100 hectares de vinhedos. O Amarone Bosan – um dos melhores Amarones da Itália, feito a partir de 100% de uvas Corvina – é produzido no vinhedo Bosan, situado na maior área da Valpolicella.

O Brasil recebeu os vinhos Cesari com enorme empatia e hoje o produtor é líder do mercado de amarones no país. Os brasileiros, que em geral gostam de vinhos encorpados e não entendiam muito de vinhos italianos, se resignando a consumir apenas chiantis e alguns toscanos, surpreenderam-se com o caráter aveludado dos amarones e ripassos da Cesari. O produtor acredita que este mercado pode vir a ocupar a quinta posição em exportações mundiais em quatro anos, ficando atrás somente dos Estados Unidos, Escandinávia, Japão e Reino Unido.

Abaixo, alguns dos rótulos de maior destaque de Cesari:

Bosan Amarone Della Valpolicella DOC. De um rubi profundo, é um dos mais premiados e bem conceituados vinhos de Cesari. Seu aroma apresenta frutas escuras em compota, toques terrosos e de fino couro, além de notas de chocolate e um elegante tostado. Na boca, mostra-se muito equilibrado, encorpado e persistente, com ótima concentração de sabores e taninos maduros.

Amarone Della Valpolicella Classico DOC. Intenso e aveludado, este vinho encorpado de tom rubi intenso apresenta aromas de frutas maduras e cereja, com taninos persistentes. Um vinho elegante, que envelhece por três anos em carvalho esloveno e francês.

Ripasso Mara Valpolicella Superiore DOC. Sua cor rubi, de reflexos claros e límpidos, dá o tom deste vinho deliciosamente equilibrado e estruturado, com notas de fruta madura e compota de frutas do bosque, além de um final longo e persistente.

Recioto Della Valpolicella DOC. Dono de uma bela cor rubi, o rótulo de sobremesa tem aroma de frutas caramelizadas (figo e cereja) e tostado, além de notas de especiarias e chocolate. Na boca, encontra um bom equilíbrio entre a doçura bem dosada e a acidez refrescante. Apresenta extraordinária maciez, taninos finos e maduros, boa concentração de sabores, corpo pleno e longa persistência.

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