Todos os dias, vemos análises, pesquisas e debates sobre as perspectivas para o Brasil. Enquanto isso, os níveis de investimentos diretos internacionais são um ótimo termômetro para indicar a força da economia nacional. Alguns países europeus, asiáticos e os Estados Unidos podem estar enfrentando problemas, mas as grandes empresas têm caixa disponível para novos investimentos, e isso deve, sim, ser visto com bons olhos para as perspectivas econômicas brasileiras. Isso porque, diversas pesquisas realizadas entre multinacionais colocam o Brasil geralmente entre a segunda ou a terceira colocação entre os países prioritários para investimentos. Outro ponto a ser destacado é o mercado de fusões e aquisições. A M&A Outlook Survey, realizada pela KPMG, apontou que 35% dos executivos americanos que participaram do estudo afirmam estar mais otimistas em relação ao mercado de F&A do que há um ano. Outros 44% disseram manter a mesma percepção que tinham; e apenas 3% estavam significativamente menos otimistas. A percepção positiva acontece em linha com as expectativas de maior crescimento econômico nos próximos dois anos. Assim, 76% dos pesquisados disseram esperar que suas empresas promovam pelo menos uma aquisição em 2013. A pesquisa mostra também que 20% apontam o Brasil como um dos destinos preferenciais para o fechamento de negócios em F&A. Já o recente estudo M&A Predictor da KPMG, que abrange corporações de vários países, também indica um aumento de F&A em 2013, sendo o Brasil o destino prioritário para novos investimentos. Mas, o que os investidores estrangeiros buscam? Um dos grandes focos é o setor de consumo. Com a expansão do crédito e a nova classe média ainda em crescimento, os setores de varejo, manufatura de produtos de consumo e outros devem receber grandes aportes de investimentos. Com interesses diretos do Governo e consequentes benefícios para o segmento, o setor de Infraestrutura também deve ser um dos priorizados pelos investidores em 2013. A vocação natural do Brasil, por questões geográficas e climáticas, para o agronegócio coloca o setor como outro preferido dos investidores internacionais. E não podemos nos esquecer do segmento de recursos naturais, com maior destaque para prospecção mineral e de petróleo e gás, sendo este último impulsionado também pelo pré-sal. Todas essas áreas, dentre outras de destaque, serão buscadas não apenas por grandes conglomerados fazendo negócios bilionários. Um movimento perceptível hoje é o fluxo crescente de transações pequenas e médias, envolvendo valores entre US$ 50 milhões e US$ 100 milhões. Isso se torna muito importante para o equilíbrio da balança dos investimentos estrangeiros diretos, pois esse fator torna o fluxo mais confiável e robusto. Os investidores despertaram e continuam atentos ao Brasil, como acordaram para a China na última década. Hoje, as empresas buscam novos mercados antes mesmo de se tornaram gigantes em seus países. O Brasil tem a sexta maior economia do mundo, dimensões continentais, a quinta maior população do planeta e uma moeda relativamente estável. Com amplos recursos naturais, uma classe média crescente, com melhor poder aquisitivo e em busca do consumo, temos uma situação claramente favorável para os investimentos estrangeiros. As perspectivas são boas, e as projeções só podem ser otimistas em relação ao desenvolvimento nacional. Nota do Editor: David Bunce é sócio-líder da KPM.
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