Vejo-me como num espelho... Temo ser o que sou ou reconhecer-me dentre destroços flutuantes de sonhos sem sentido e intermináveis sob um mar constante e prepotente de motivos e argumentos, reflexões e razões... Vejo-me além de mim... Temo essa névoa longínqua, densa e quem sabe infinita a brigar com o tempo e a luz solar ou o luar que atravessa janelas, personalidades e identidades criadas e recriadas em existências e experiências... Esse ser que encara meu olhar sou eu, travestida de farsas e farpas, um ser dúbio entre realidade e quimeras, mergulhado em aparências e essências de um viver abstrato e concreto, mas perdido na irregularidade do regular, a subverter o próprio eu e os movimentos físicos e cíclicos...
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