O samba nascido da cultura africana recebeu a mistura brasileira para chegar ao que temos atualmente. A proximidade ao ritmo é inevitavelmente ligada à alegria, animação e folia, fazendo com que as pessoas renovem sua autoestima, criando um elo de confiança que muitas vezes pode ser notado na melhora do humor e da qualidade da saúde e bem-estar. Na época do Carnaval a vontade de dançar fica mais aflorada em grande parte da população e só quem trabalha com essa arte sabe o quanto é satisfatório produzir sorrisos em “grande escala”. Os charmes e floreios feitos a partir de movimentos com os braços e quadris transformam o samba no pé em uma verdadeira apresentação de dança, seja em casa na frente de um espelho ou no ensaio e desfile de uma escola de samba tradicional. Depois de anos de experiência é fácil identificar os “porquês” das pessoas que procuram a dança. Motivos esses que vão da timidez até a malandragem, afinal os homens também podem aproveitar o gingado para cativar as mulheres na hora da dança em busca de novas conquistas amorosas. Já as mulheres estão mais preocupadas, na maioria das vezes, em fazer bonito naquela balada ou ser a “sensação” por onde passar. No simples ato de balancear o corpo é fantástico ver que o ritmo é poderoso em aflorar sentimentos e as relações interpessoais entre homens, mulheres, crianças e idosos. Não há quem não seja fisgado após fazer uma aula, sentir a vibração de um desfile de carnaval ou o arrepio da bateria em um ensaio de escola. E se você me perguntar qual é o primeiro passo para começar a dançar eu respondo sem titubear força de vontade, qualquer pessoa com ou sem conhecimento pode aprender a dançar; timidez, muito natural no começo deve ser contornada aos poucos; dedicação, não basta ir às aulas é preciso permitir que o samba toque na mente e no coração para extrair os sentimentos ruins e chegar ao alto astral. O Carnaval está aí, vamos lá... dois pra lá e dois pra cá. Nota do Editor: Alexandre Lopes empresário e professor de dança de salão do Espaço Interativa Dance que faz da dança um instrumento de trabalho como terapia física e mental para seus alunos.
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