Executivos se embrenham na selva em busca da nascente do Rio Amazonas. Grupo brasileiro foi o primeiro do mundo a chegar até o local de jipe. Expedição saiu de São Paulo e percorreu quase 10 mil quilômetros.
Em busca da nascente do Rio Amazonas, um grupo de dez pessoas, lideradas pelos empresários James Lynch e René Delmotte, percorreu quase 10 mil quilômetros para encontrar a foz de um dos maiores e mais caudalosos rios do mundo, o Amazonas. O grupo realizou a façanha de ser o primeiro a chegar de jipe, no dia 15 de fevereiro, até Mismi, montanha com seis mil metros de altitude, na região de Arequipa, no Peru, onde está localizada a nascente do Rio Amazonas. Foram 25 dias de viagem, desde que o grupo saiu da cidade de São Paulo. O percurso foi realizado em três veículos off-road (Toyota Hi-Lux, Toyota Bandeirantes e uma Land Rover), cruzando diversos parques nacionais na Bolívia, Chile, Peru e Brasil. Lugares como o Pantanal Boliviano, a Cordilheira Real - situada a 7.500 metros de altitude -, a região da neve eterna, desertos de areia e sal, o Canyon mais profundo do mundo e o Lago Titicaca foram desbravados pelos aventureiros até a nascente do Amazonas. A nascente fica a 5.250 metros de altitude, na Cordilheira de Chiva, nos Andes, Sul do Peru. Nos primeiros 1.900 quilômetros do rio, as águas descem num tobogã andino. Os outros 5.200 quilômetros do caminho são quase planos, descendo apenas 60 metros até a sua foz, na Ilha de Marajó (PA), onde se lança no oceano. Os dois líderes da expedição participam de aventuras há 18 anos e têm, em seu histórico de peripécias, viagens por vários lugares do mundo, como a realizada para a região sul da Amazônia mato-grossense, no Parque Nacional do Xingu, e que foi patrocinada pela Autan, e a viagem ao coração da América do Sul, no Chaco Boliviano, dentro do projeto Axe Adventures. Ao todo o grupo contou com dez integrantes: René Delmotte, James Lynch, Rick LaRocca, Toninho, Domingos Guerriero, João Amaro, Paulo Demenato, Roberto Liesegang, Claus Herzog e Gilberto Mazeto - todos empresários bem-sucedidos de São Paulo. O trajeto foi documentado por Lynch, um dos sócios da consultoria Phoenix Strategic Financial Advisors, e que nas horas vagas se dedica ao turismo de aventura e à realização de documentários sobre as expedições difíceis e arriscadas que comanda. "Tenho vinte horas de imagens incríveis que registramos no trajeto. No caminho tivemos que passar pela estrada de Yungas - a mais perigosa do mundo -, onde morrem mais pessoas por metro quadrado no planeta", conta o aventureiro. A estrada de terra, com 65 quilômetros de extensão, só tem espaço para um carro, numa área em que sobem e descem veículos. A preferência é de quem sobe, de maneira que os veículos que estão descendo precisam se posicionar em pequenos alagamentos ao longo do caminho, próximo a um precipício de mil metros de profundidade. Lynch conta que a aventura só foi possível graças ao bom tempo, que ajudou na chegada até o ponto principal da viagem. O solo é arenoso e as chances de atolar são grandes. Embora a equipe contasse com equipamentos de ponta, as chuvas fazem com que o percurso seja ainda mais escorregadio. "A aventura do desafio à natureza, no entanto, vale pela conquista realizada", garante.
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