No meu primeiro emprego quando ainda morava em São Paulo, trabalhava como Office boy numa cidade que eu não conhecia. Isso eu resolvia perguntando para um guarda de trânsito que sempre estava por ali. Difícil de resolver era o terrorismo emocional que o meu chefe tinha prazer de praticar com os novatos. A gente vivia em total tensão, tinha medo de tudo e de todos. Até passar os três meses de experiência e aí ser efetivado. Tudo mudava, para melhor é claro.

Ainda está fresquinha na lembrança, toda a confusão que foi a diplomação dos vereadores, a posse e o resultado que até hoje não se resolveu com relação ao décimo vereador. Todo aquele enredo de fazer inveja a todos os Alfreds da vida, desde os mordomos até o Hitchcock.

A nós, reles mortais, não cabe fazer elucubrações jurídicas, ou tentar entender porque os advogados assumem ares de deuses ao responderem com as imponderáveis soluções para o caso. Até lá, aguardamos.

Também não me cabe discutir se o candidato A ou o B seria melhor ou pior para ocupar a décima vaga. Como já declarei publicamente que só voto em mulheres para a Câmara de Vereadores, nem o meu voto entra nessa discussão.

Fazer alguns comentários pode se revelar interessante. Começa a ficar interessante o fato de ninguém falar nada sobre o assunto e termina por a gente já estar se acostumando com nove vereadores. A própria Câmara tem realizado sessões como se tudo estivesse normal.

Parece que está todo mundo esperando passar os três meses de experiência.

Não sei porque, mas me lembrei daquele meu primeiro chefe. Ele tinha uma frase lapidar sobre as nossas faltas no trabalho:

"Faltar um dia não tem problema nenhum, o problema é o seu chefe descobrir que você não faz falta alguma todos os outros dias".