Após 133 anos, as lâmpadas incandescentes finalmente estão com os dias contados. Desde 30 de junho, elas estão sujeitas a um processo gradual de retirada do mercado brasileiro, a exemplo do que já acontece em outras partes do mundo. Esta primeira fase tem como alvo as lâmpadas com fator elevado de potência, logo as que consomem mais energia elétrica. Em época de debate sobre sustentabilidade, a iniciativa é mais do que bem-vinda, contudo ela obrigará a uma mudança do comportamento do consumidor doméstico, ação que teve seu start-up com o apagão de 2001. O acontecimento desencadeou a preocupação com a escassez de energia e a busca de soluções que contemplem boa iluminação, conjugada a equipamentos mais eficientes e formas inteligentes de utilização, atingindo todos e independente de classe social. A grande novidade foi a entrada da lâmpada fluorescente no mercado, que colocou em cheque a durabilidade e eficiência da lâmpada inventada por Thomas Edson em 1879. Decorridos 11 anos da entrada das lâmpadas fluorescentes compactas (LFC) no País, elas atualmente representam cerca de 200 milhões de unidades vendidas. É um mercado, que cresce cerca de 20% ao ano, índice ainda muito pequeno quando comparado ao tamanho do mercado, visto que metade das residências brasileiras ainda são iluminadas por lâmpada incandescente. Pesam a seu favor o hábito e o apelo estético, mas quando se trata de contabilização financeira e tecnologia, não fica difícil o consumidor moderno entender que a incandescente não atende mais as expectativas do século XXI. Com menor potência, a lâmpada fluorescente reduz o consumo de energia em até cinco vezes, com uma economia mensal na conta de luz de R$ 2,70 por ponto. Se multiplicar pela quantidade de pontos de uma casa, não é difícil se avaliar a economia ao final de 12 meses. Não é à toa que receberam alcunha de lâmpadas econômicas, que ainda têm a vantagem de durar oito vezes mais. Bom para o bolso do consumidor, mas melhor ainda para a reserva energética se os 550 milhões de pontos do parque doméstico nacional aderissem a soluções eficientes em iluminação. Segundo técnicos do Ministério das Minas e Energia, só a substituição de lâmpadas por modelos mais econômicos geraria ao país uma economia de 10 milhões MWH/ano até 2030. O que poucos sabem é que a lâmpada incandescente poderia ser considerada um aquecedor que gera luz. Isto porque o produto consome somente 10% da energia para iluminar, desperdiçando os 90% restante para geração de calor. A lâmpada fluorescente compacta já superou as dificuldades de 11 anos atrás, quando o preço elevado e a vasta oferta de produtos sem certificação técnica que assolaram o mercado nos primeiros anos contribuíram para acentuar a resistência do consumidor frente à nova tecnologia. Com o aumento da demanda e o produto mais acessível, o consumidor já entende a vantagem desta substituição, que hoje conta não só uma padronização técnica para assegurar sua qualidade, como de um vasto portfólio com formatos que se assemelham esteticamente à incandescente, mas com todos os benefícios exigidos em termos de eficiência energética. Agora, a adoção de produtos eficientes em iluminação não é mais questão de opção, mas de obrigação. Nota do Editor: Ricardo Cricci - diretor da divisão de LED da Lâmpadas Golden.
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