Muito já se falou sobre a posição da madrasta na relação, mas e quando os papeis se invertem? E quando o homem assume a responsabilidade de um relacionamento afetivo com uma mulher que já possui filhos e é ele o padrasto na relação?

Em relacionamentos onde já existe a presença de crianças, o homem também precisa entender o seu lugar diante dos filhos dela.

Ao conhecer uma mulher que já é mãe, o homem deve estar consciente que além de assumir o namoro ou casamento, também estará assumindo o papel de padrasto dos filhos de sua namorada ou esposa.

Num primeiro momento, quando o conhecimento sobre o outro ainda é superficial ou mesmo despretensioso, o fato da mulher ter filhos não tem relevância, porém, quando a relação começa a evoluir, o homem, mais racional, tende a colocar na balança os prós e os contras desta relação.

No entanto, quando o envolvimento acontece e o sentimento aflora, o homem não vai desperdiçar uma companheira interessante e madura, só porque ela já é mãe. Na verdade, o homem está mesmo é à procura de alguém que realmente valha a pena e que corresponda aos seus valores.

Assumir um namoro ou entrar em um casamento envolve uma série de questões além do casal, e a mais relevante é a família. O homem, antes de se permitir viver esse relacionamento, deve analisar se a relação entre sua parceira e os filhos é respeitosa, firme e regrada para que ele tenha certeza que as suas escolhas não resultarão em problemas futuros.

É importante que ele perceba a rotina, o convívio e as problemáticas pré-existentes daquela família, porque quando assumir o namoro ou casamento ele fará parte de tudo aquilo e vai viver cada situação. Portanto, se é uma família com problemas de convivência, ele com certeza terá problemas no seu dia-a-dia, e se for o caso contrário, a relação tende a ser tranquila e harmoniosa.

É muito comum que o homem tenha certa insegurança no momento de assumir o papel de padrasto, e o maior dilema é o de como se portar diante dos enteados para criar um laço de amizade e uma relação de sucesso. Por isso, as dicas são:

Construa um relacionamento saudável entre padrastos e enteados.

- Cada um no seu lugar:

Entenda que não existe um segundo pai e que ninguém deve substituir esse papel único. Não espere ser chamado ou considerado como pai, e nem permita isso, porque esse lugar já tem dono, você deve querer sim ser considerado como um grande amigo, o marido da mãe, um brother. É muito importante que essa hierarquia seja respeitada para o bom funcionamento da família.

- Controle o ciúme:

É muito frequente aparecer ciúmes de todos os tipos: do amor, do tempo de dedicação, da atenção, do carinho e da admiração dispensada ao outro. Esse sentimento pode aparecer em qualquer das partes, padrasto, mãe ou filhos. Ele gera concorrência, disputa que pode ser algo oculto a princípio, mas tende a aparecer, pois a insegurança e o medo de perder geram conflitos, ameaças, intrigas, comportamentos de revolta, chantagens emocionais entre outros.

É desses conflitos que saem discussões como: “você não é meu pai e não manda em mim”, “eu não gosto de você” ou “você é um chato”, nesse momento é importante reconhecer que todos têm o seu lugar e importância. Portanto, tome também o seu lugar e reconheça a sua importância.

- Respeite os espaços de cada um:

A construção de uma relação saudável não depende só de você, depende também dos filhos da sua esposa/namorada e dela também. A mulher nesse momento tem o importante papel de mediar à relação entre você e seus filhos para que você respeite o espaço deles e eles respeitem o seu.

- Não queira educá-los:

É necessário ter a consciência de que os filhos não são seus, portanto, você pode e deve apenas auxiliar na educação observando os comportamentos, as atitudes e sempre manter-se neutro, sem expressar opiniões e passar por cima da autoridade da mãe frente aos filhos.

É importante você expor seu ponto de vista para sua parceira como forma de contribuição, sem impor ou exigir atitudes dela. Cabe a ela decidir e escolher a forma mais segura de se colocar para os filhos para que possa obter resultados positivos na criação deles.

- Acerte as regras:

O padrasto também pode ajudar a esposa a criar as regras básicas de convivência para que cada membro da família possa ter a privacidade garantida, sua intimidade preservada e um convívio saudável, desde o começo da relação, evitando problemas futuros.

- Respeite para ser respeitado:

A fórmula para fazer dessa relação um sucesso é o respeito. Se cada um respeitar o espaço e a importância do outro o convívio será harmonioso e com certeza vai nascer laços de admiração e até de amor entre as partes.

Nota do Editor: Roselake Leiros é coach de carreira e de vida, com mais de 13 mil horas de atendimento. Consultora, palestrante, especializada em desenvolvimento humano. Programação Neurolinguística (Master/Trainer), certificada por Deborah Epelman, Robert Dilts e outros. Coaching Integrativo e Constelação Sistêmica Familiar e Organizacional certificada por Bern Iserd. Roselake Leiros é diretora da CrerSerMais - Desenvolvimento Humano.