A opção do mercado imobiliário
As estatísticas comprovam: o boom do mercado imobiliário, ancorado na disponibilidade crescente do crédito para financiamento habitacional, deve continuar em alta no Brasil, mesmo com o agravamento da crise econômica internacional. Com a redução da taxa Selic, os juros dos financiamentos habitacionais caíram, favorecendo os compradores de imóveis. A Caixa Econômica Federal, por exemplo, reduziu os juros de 10% para 9% ao ano para imóveis de até R$ 500 mil, incluídos no Sistema Financeiro de Habitação (SFH) e prevê que as contratações de crédito imobiliário chegarão a R$ 90 bilhões, após os R$ 81,8 bilhões em empréstimos habitacionais tomados em 2011. Em 2002, considerado o “fundo do poço” do mercado imobiliário, foram vendidas apenas 29 mil unidades residenciais, num total de R$ 3 bilhões de crédito habitacional. Com a edição da Lei 10.931, em 2004, que instituiu garantias a construtoras, incorporadoras e animou investidores do mercado imobiliário, foi criado o ambiente inicial para a arrancada do setor. A somatória desses fatores promoveu a maior explosão de lançamentos imobiliários, nos mais diversos padrões, em quase todo o país e vem impulsionando o uso da alvenaria estrutural com blocos de concreto em regiões que não tinham tradição nesse sistema construtivo, no Nordeste, Norte e Centro-Oeste. Isto porque a alvenaria estrutural feita com blocos de concreto é o sistema construtivo ideal para a construção de médio e baixo padrão e até no padrão médio-alto, pela redução de custos e de prazos da obra, entre outras vantagens. Sistema imbatível Essa constatação é avalizada por um dos mais experientes arquitetos e profissionais da área de pré-fabricados de concreto é confirmada pelo também experimentado engenheiro e projetista estrutural Arnoldo Wendler, de Campinas-SP, e que atua em diversas regiões do país. Ele desenvolveu uma planilha, juntamente com construtoras com as quais trabalhou ao longo dos seus 30 anos de profissão, que revela a alvenaria estrutural com blocos de concreto como “praticamente imbatível” na construção de edifícios de até quinze pavimentos e com reduções entre 5% e 10% em edifícios acima de desse gabarito, comparada à construção convencional (veja tabela). De acordo com o engenheiro e projetista estrutura, “edificações construídas com alvenaria estrutural de blocos de concreto exigem, porém, uma boa coordenação arquitetura-estrutura e projetos de instalações para serem bem-sucedidas e aproveitar ao máximo todas as vantagens do sistema construtivo”, adverte Wendler. Essa redução de custos com o uso da alvenaria estrutural com blocos de concreto, explica o projetista, deve-se ao fato de que os prazos são menores, não há necessidade de profissionais de custo mais elevado, como carpinteiros e armadores - para montar fôrmas e armaduras, no caso da construção convencional em concreto - e o acabamento também ganha economia, com a dispensa de reboco e emboço. Wendler ensina que, para isso, é necessário ter mão de obra bem preparada - “algo que se consegue com 15 dias de treinamento” - e equipamentos racionalizadores na obra. Nos edifícios mais altos, esses equipamentos fornecem, além de racionalização e precisão, maior segurança para os operários, afirmam projetistas e construtores. As vantagens da alvenaria estrutural com blocos de concreto estão sendo cada vez mais levadas em conta por incorporadores e construtores devido às exigências de competitividade num mercado aquecido. E, principalmente, nos empreendimentos voltados para programas habitacionais, como o Minha Casa, Vida e outros, desenvolvidos por governos estaduais e prefeituras, cujas margens de rentabilidade são bastante estreitas e, assim, exigem sistemas construtivos altamente econômicos, que envolvem muito menos mão de obra especializada, em falta no mercado atualmente, para não perder rentabilidade. Quem não aproveitar os ganhos proporcionados por esse sistema construtivo, certamente pode perder mercado para concorrentes antenados com as práticas mais racionalizadoras e de melhor custo-benefício existentes no país.. Quadros REDUÇÃO DE CUSTOS
1. Materiais Redução de armaduras (Andar tipo = 320 m²) Concreto armado: 5.933 kg Alvenaria estrutural: 1.432 kg Grande redução de fôrmas: Convencional - só painel de laje Laje içada - quase 100 % Revestimentos mais econômicos: 5 cm a 6 mm de gesso interno 2 cm a 2,5 cm de massa externa 2. Processo - Rapidez na execução da obra - Limpeza e racionalização de canteiro - Grande redução de desperdício e resíduos (23% para 6%) 3. Manutenção - Redução do retrabalho e manutenção pós-obra (redução do custo pós-obra em 50%) - Eliminação das patologias sistemáticas (não há interface de sistemas) Economias por tipo de obra Quatro pavimentos 25% a 30% Sete pavimentos sem pilotis, com alvenaria não-armada 20% a 25% Sete pavimentos com pilotis, com alvenaria armada 15% a 20% Sete pavimentos com pilotis 12% a 20% Doze pavimentos sem pilotis 10% a 15% Doze pavimentos com pilotis, térreo e subsolo em concreto armado 8% a 12% Dezoito pavimentos com pilotis, térreo e concreto armado 4% a 6% Fonte: Engenheiro Arnoldo Wendler Nota do Editor: Marcelo Kaiuca é presidente da BlocoBrasil-Associação Brasileira da Indústria de Blocos de Concreto.
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