Os recentes problemas ocasionados pela expropriação da YPF Petróleo e a Repsol poderão gerar descontentamentos, inclusive crises com os países integrantes do bloco do Mercosul. E isso acontece no momento em que existe uma proposta da Espanha para que as nações integrantes do mercado europeu passem a não efetuar negócios com os argentinos. Embora o primeiro-ministro de relações exteriores espanhol, José Manuel Garcia Margallo, regule de maneira amistosa uma proposta de acordo ou que respeite o juízo arbitral internacional, foi efetuado um levantamento com documentos substanciais de que a Argentina não costuma cumprir com essas decisões. Em busca de alternativas para rever os prejuízos, a Repsol inclusive ameaça que outras empresas possam utilizar suas instalações na Argentina, exigindo seus direitos em virtude da perda de capital e não indenização pela expropriação do patrimônio. Contratos foram efetuados para ser respeitados e todo o investimento tem seu grau de risco em decorrência de problemas políticos ou sociais inerentes a sua fragilidade e à corrupção. No momento de se investir, estudam-se todas as formas de pulverizar riscos e, independentemente do descumprimento ou não do acordo contratual, cabe a cada parte provar se estava cumprindo ou não o contrato e ser ressarcido pelo mesmo. Os investimentos na YPF Argentina pela YPF Repsol, de acordo com dados contábeis, foi de 6,5 bilhões de euros (US$ 8,7 bilhões). Em 2011, o total dos investimentos efetuados sobre o ativo representou 31,5% e, no consolidado entre as companhias do Grupo Repsol, o ativo relacionado ao investimento na Argentina, 9,2%. O valor do investimento é significativo e sua inversão foi grande da empresa na Argentina. Na América Latina tivemos outras situações de natureza similar, como a do gás, no qual o presidente boliviano, Evo Morales, estatizou várias empresas de extração. Só que, em virtude de uma política limitada, não analisou as consequências e prejuízos à população mais pobre. Por isso, teve de voltar atrás em algumas decisões. Isso sempre marca a gestão de um presidente. No mundo globalizado, atitudes radicais levam a consequências na mesma medida e podem causar estragos nos quais o maior prejudicado sempre será a pessoa mais necessitada. Cada uma das situações terá de ser analisada para que haja justiça e não de perda de soberania. Sem tais cuidados, os mais fracos acabam pagando os custos da má gestão. Nota do Editor: Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis daFASM (Faculdade Santa Marcelina).
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