A inflação medida pelo Banco Central (BACEN) ficou dentro do teto de 6,5% ao ano, ou seja, dois pontos percentuais acima do centro da meta inicialmente estabelecida. Com isso, atingiu patamares superiores ao que ocorreu sete anos atrás e teve como justificativa a situação dos países que fazem parte do euro e os Estados Unidos, em virtude de sua recessão. A dúvida sobre a qual muitos no mercado devem estar perguntando é que o valor ficou muito justo à proposta fixada pelo Banco Central, o que gera questionamentos sobre se realmente foi esse ou se houve algum ajuste para adequação das taxas. O grande problema é 2012. A situação no mercado internacional é bem complexa: eleições nos Estados Unidos; suspeita de um calote grego; possibilidade da nota da França ser rebaixada, sendo que o mercado já considera virtualmente passe para triplo B; dúvidas da manutenção do euro como moeda europeia; redução do crescimento do PIB chinês; e a crise provocada pelo Irã relacionada à exploração do urânio enriquecido. Todos esses fatores são críticos e, com certeza, poderão mudar o cenário econômico nacional. A previsão da inflação para 2012, de acordo com o BACEN, é de 4,7%, considerando previsões otimistas, mas que poderá atingir pelas premissas de meta máxima 6,7%. Em 2010 tivemos vários cenários que fizeram com que nossa economia se mantivesse em patamares controláveis e que não tivéssemos prejuízos ao atingir as metas fiscais preestabelecidas, como superávit primário; superávit da balança comercial; empregabilidade em alta; estímulo do governo a alguns setores com redução do impacto tributário; excesso de arrecadação; redução da taxa de financiamento da dívida interna através da Selic, que estava em 11% ao ano, mas chegou em agosto de 2011 a atingir 12,5% ao ano. O fundamental para 2012 é a redução da taxa Selic, para que os patamares sejam mais justos, ficando próxima ou inferior a 9,5% ao ano - que ainda é uma taxa de juros real muito alta, considerando um ganho real próximo a 2,8%. Além disso, é necessária a redução gradativa da inflação com estímulo à produção e ao consumo, de maneira sustentável, aliada à empregabilidade e administração do câmbio, o que não permitirá excesso de exportação de produtos de comoditties, gerando, caso contrário, desabastecimento no País com aumento da inflação. Nota do Editor: Reginaldo Gonçalves é coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina.
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