A noite me entristece e envaidece... Nela posso, em seu silêncio, retratar Momentos... interior meu que o dia não deixou. Nela fujo da ousadia do dia... Do ter que atender à campainha. De ter que desligar o arroz pra não queimar... Nela posso o que não posso no dia... Rezar minha Ave Maria... Deleitar-me com os sons que adiam... meu dia. Com ela converso em surdina... Deixo seus sons invadirem meu fim de dia... Numa espera do eterno amanhã. A noite é amiga perspicaz... Às vezes, fugaz... Mas na certeza de meu dia... Torna-me cada vez mais envaidecida... Menos triste e mais... Certa de mim... Nota do Editor: Lourdes Moreira é professora municipalizada da rede estadual de Educação, em Ubatuba (SP).
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