A apenas 60 km da capital, cidade é um bom refúgio para passar os finais de semana
| Miguel Schincariol | | | | A Catedral Nossa Senhora do Desterro, inaugurada como capela em 1651, marcou o início do reconhecimento da povoação de Jundiaí. |
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Conhecida nacionalmente como a "Terra da Uva" e pela festa que celebra essa fruta, a cidade de Jundiaí preserva traços marcantes de uma cultura secular, enraizada na cidade a partir da imigração de povos europeus, destacadamente os italianos, que teve início há mais de dois séculos. A partir do século 19, Jundiaí teve um crescimento econômico e social acelerado, impulsionado principalmente pela produção da matéria prima primordial da economia do Brasil até então: o café, que também trouxe à cidade as ferrovias (a Ferrovia Santos-Jundiaí, por exemplo, foi inaugurada em 1867), para o escoamento da produção, e, consequentemente, a criação de um parque industrial. Industrialização da cidade e a chegada dos imigrantes Até quase o final do século 19, o trabalho braçal executado no campo era realizado exclusivamente pelos escravos. Entretanto, esse sistema de produção entrava em um período histórico crítico, pois o sistema escravista entrava em colapso. Por conta dessa falência, os produtores rurais e donos de fazendas de Jundiaí, incentivados pelo Governo Federal, passaram a buscar nova mão-de-obra, que veio primeiro com os italianos, e depois com outros povos europeus, que se destacaram na produção de frutas como a uva (em especial a niágara rosada) e o morango, entre outras. Jundiaí estava dando início ao seu processo de desenvolvimento, que fomentou o desenvolvimento industrial e urbano já na primeira metade do século 20, com a chegada de metalúrgicas e outras empresas a partir da década de 40, impulsionadas pela criação da rodovia Anhanguera, e por conta da 2ª Guerra Mundial, que trouxe uma nova leva de imigrantes europeus, dando origem a grande parte da população jundiaense atual. Serra do Japi, parques e fazendas, pertinho da capital Pra quem deseja conhecer a cidade de Jundiaí, os parques com grandes áreas de lazer são as principais atrações da cidade. Um deles é o Jardim Botânico. Inaugurado em 2005, ocupa uma extensa área de 119 mil m². Além de espaço privilegiado destinado à população e aos visitantes da cidade, o Jardim tem por objetivo, principalmente, o estudo da vegetação existente na Serra do Japi. A Serra do Japi, por sua vez, é um raro conjunto remanescente de Mata Atlântica no Estado de São Paulo. A serra dispõe de uma grande biodiversidade, e é considerada um símbolo e patrimônio natural de Jundiaí, sendo um belo atrativo para visitação de cachoeiras, percursos em trilhas a pé ou de bicicleta. A Serra do Japi também representa uma das últimas grandes áreas de floresta contínua do Estado de São Paulo. A Fazenda Montanhas do Japi, por exemplo, é um empreendimento que oferece acomodação e refúgio no coração da Serra. Esse e outros espaços podem ser encontrados no site da Prefeitura, que disponibiliza link para os endereços de outras fazendas e adegas da região, que podem ser visitadas. O Parque da cidade é uma excelente opção para lazer e prática de esportes. Localizado no km 66 da Rodovia João Cerezer, ele dispõe de 500 mil m² para o lazer de seus visitantes. Tem pista de cooper e ciclovia, com 2.100 metros de extensão cada uma. Com entrada gratuita e adaptado para deficientes físicos, o Parque funciona diariamente, inclusive em feriados e pontos facultativos, das 6h30 às 18h. Já o folclórico Parque Comendador Antônio Carbonari, mais conhecido apenas como o "Parque da Uva", foi inaugurado em 1953. Lá ocorre a concorrida Festa da Uva de Jundiaí, além de diversos eventos artísticos, comerciais e religiosos. Jundiaí também oferece aos turistas uma grande variedade de restaurantes espalhados pelo centro e adjacências da cidade, adequados para uma tarde agradável de passeio pelo interior. A cidade possui a infraestrutura de uma cidade que se parece com uma pequena metrópole, mas que ainda mantém certa morosidade e calmaria do interior paulistano.
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