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Poesias
30/10/2011 - 09h02
Tempo louco
Edgar Izarelli de Oliveira
 

Que bom que a loucura desse tempo
Não é tanta
A ponto de esquecer de me trazer o Sol
Após a chuva de lágrimas que derramei
Nesse tempo louco...

Ainda bem que o louco do tempo
Ainda conserva um pouco de bom senso
E recomeça a contar os segundos
Dos nossos loucos lados ocultos
Antes que a loucura me deixe triste...

Que bom que esse tempo louco
Guarda um pouco de amor no coração
E derrete essas loucas horas
Até que o ouro da felicidade
Brote fácil da terra molhada dos meus olhos...

E esse louco tempo
Ao menos demonstra ter piedade
No momento em que não me permite fazer
Da sua loucura apressada
A minha triste loucura desvalorizada...

E o tempo apesar de louco
Na sua bondade ainda me diz
Que eu posso ser feliz pelo tempo que quiser
Se conservar, em mim, uma vírgula pra respirar
E ser eu mesmo...

E que bom que o tempo, de tão louco, se divide em mil
Pra respeitar a minha ansiedade, inspiração e minhas lágrimas.
Sob as águas do meu tempo
Mundano e íntimo se separam
Deixando somente a transpiração da poesia que perdi
No tempo vazio de outros olhares secretos!

Eu tinha esse tempo, o tempo certo da poesia,
Correndo dentro da principal artéria da minha alma
E quis o espaço, o espaço independente da loucura...
Queria um espaço pra ser louco...
Louco por amor, louco por medo, louco pela vida...
O tempo me cedeu um colo, uma mão, um beijo...
Agora preciso de tempo pra achar alguma poesia dentro de mim...

E minha alma balança a calma entre a tristeza e o sorriso
Sem escrever mais versos vivos,
Mas sem ânsias e correrias atrás do dado da sorte...
Eu quero achar o tempo certo de fazer as pazes com minha arte
Mas esse tempo louco insiste em matá-la...
Nenhum poeta é feliz sem palavras!


Nota do Editor: Edgar Izarelli de Oliveira é poeta e escritor. Trabalha como ator e diretor de marketing para a Compania Nóis se Nóis não é Nóis. Mantém o blog Palavras d’Alma (edizarelli.blogspot.com).

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