Que bom que a loucura desse tempo Não é tanta A ponto de esquecer de me trazer o Sol Após a chuva de lágrimas que derramei Nesse tempo louco... Ainda bem que o louco do tempo Ainda conserva um pouco de bom senso E recomeça a contar os segundos Dos nossos loucos lados ocultos Antes que a loucura me deixe triste... Que bom que esse tempo louco Guarda um pouco de amor no coração E derrete essas loucas horas Até que o ouro da felicidade Brote fácil da terra molhada dos meus olhos... E esse louco tempo Ao menos demonstra ter piedade No momento em que não me permite fazer Da sua loucura apressada A minha triste loucura desvalorizada... E o tempo apesar de louco Na sua bondade ainda me diz Que eu posso ser feliz pelo tempo que quiser Se conservar, em mim, uma vírgula pra respirar E ser eu mesmo... E que bom que o tempo, de tão louco, se divide em mil Pra respeitar a minha ansiedade, inspiração e minhas lágrimas. Sob as águas do meu tempo Mundano e íntimo se separam Deixando somente a transpiração da poesia que perdi No tempo vazio de outros olhares secretos! Eu tinha esse tempo, o tempo certo da poesia, Correndo dentro da principal artéria da minha alma E quis o espaço, o espaço independente da loucura... Queria um espaço pra ser louco... Louco por amor, louco por medo, louco pela vida... O tempo me cedeu um colo, uma mão, um beijo... Agora preciso de tempo pra achar alguma poesia dentro de mim... E minha alma balança a calma entre a tristeza e o sorriso Sem escrever mais versos vivos, Mas sem ânsias e correrias atrás do dado da sorte... Eu quero achar o tempo certo de fazer as pazes com minha arte Mas esse tempo louco insiste em matá-la... Nenhum poeta é feliz sem palavras! Nota do Editor: Edgar Izarelli de Oliveira é poeta e escritor. Trabalha como ator e diretor de marketing para a Compania Nóis se Nóis não é Nóis. Mantém o blog Palavras d’Alma (edizarelli.blogspot.com).
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