Amo-te pelo que me destes e que me dás, Pela ternura que emana de tua mata densa, Assustando olhos indiscretos, Que procuram devassá-la, Indecorosos. Amo-te pela areia molhada, Não movediça... Que atrai e trai os sentidos, Dos não de ti destemidos, Prosaicos. Amo-te pela brisa serena, Que desalinha têmporas, De pessoas em desalinho, Sem igreja e sem dia, Impenitentes. Amo-te pela Ave Maria, Do sino que badala, Da torre imponente e do coreto, Em noites que distantes acolhem... Descrentes. Amo-te pela acolhida, Sonho meu não vencido, Casa, família e trabalho. Sonho de um dia na infância, Escondido. Amo-te mulher arrojada, Que a todos vence sem cansaço, Mostrando com galhardia, Que a todos enlaça... Sem estardalhaço. Amo-te no sangue imperioso, Travestido de azul e branco que incendeia, Transbordando rubores ingratos, Nos destratos sofridos... escondidos... Invencível. Amo-te Ubatuba porque és minha... Amo-te porque és nossa... Calada... Soberba... Imperiosa... De indecorosos, prosaicos, Impenitentes, descrentes... Homens crescentes em ti! Amo-te mulher! Em teus nuances e em tuas brumas suaves... Deste-me cheiros, odores e amores... Deste-me ti! Nota do Editor: Lourdes Moreira é professora municipalizada da rede Estadual de Educação.
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