Muitos brasileiros vivem com apenas um salário mínimo de R$ 545 e com esse valor é possível pagar as contas e conseguir sobreviver? Sem contar a aposentadoria, que muitos idosos lutam por um benefício digno, mas o governo parece não se importar. Agora o que dizer dos servidores judiciários que recebem o super salário? A quantia mensal de R$ 26,7 mil, fora os benefícios. A última agora é uma proposta do Judiciário para aumentar de 512 para 4.814 o número de servidores que receberão esse super salário. O Projeto de Lei 6.613 prevê correção média de 54% para analistas e 56% para técnicos. Quem já usufrui deve benefício, não quer só isso. Como não há uma fiscalização, muitos chegam a receber até R$ 60 mil por mês. Segundo o site do Jornal Folha de São Paulo, muitos chegam a ganhar valores acima do teto como: José Sarney, Presidente do Senado, com remuneração de R$ 60 mil. Guido Mantega, Ministro da Fazenda, com o super salário de R$ 26,7 mil, além de adicional correspondente a R$ 6,7 mil por reunião mensal como conselheiro da Petrobras. Miriam Belchior, Ministra do Planejamento, também recebe o super salário, mais R$ 6,7 mil por ser conselheira da Petrobras e R$ 5 mil como conselheira do BNDES. Esses foram alguns exemplos no Executivo e Legislativo, mas tem mais absurdos no Judiciário. É “impossível” viver com R$ 26,7 mil por mês nesse País? Com viagens, hospedagens de graça, horas-extras sem ir trabalhar, auxílio-moradia sem de fato morar na residência, motorista particular ou mesmo carro importado com gasolina garantida. Que vida cruel, não é? Quem não gostaria de receber essas “bagatelas” com essas regalias? O pior neste descalabro é que eles querem argumentar favoravelmente e insistem em debater no Congresso medidas que podem ser aprovadas e mais uma vez eles tentam beneficiar os seus “amigos de Congresso”. Quando se fala de aumento do salário-mínimo, o caso é diferente e quando aumenta, são coisas de míseros centavos, mais uma vez, sem mencionar a aposentadoria. Quem vive com apenas R$ 545 por mês poderia dar uma aula a esses servidores de como administrar gastos com poucos recursos. Engraçado que esses servidores estão lá, no Congresso, para nos representar. Deveriam debater medidas que favorecessem a população, mas cada um se preocupa com o seu próprio nariz. Agora vamos ver se esse projeto vai ser aprovado, alguém dúvida que não? Como eles são rápidos, quando a medida os beneficia, saberemos em pouco tempo. Nota do Editor: Pedro Lessi é formado em Direito pela Universidade Católica de Santos em 1986. Fundou o Lessi e Advogados Associados. Especializou-se em Direito Civil e Processual Civil. Lecionou na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Além de atuar no Lessi e Advogados Associados, em 2004 fundou o Instituto Brasileiro de Defesa dos Lojistas de Shopping (Idelos). É especialista em Direito Civil, Família, Tributário e Imobiliário.
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