As estatísticas são preocupantes. O preconceito e a violência contra os homossexuais tornaram-se pauta de discussões e debates em todo o país. Na novela “Insensato Coração”, da Rede Globo, cenas forte chocaram o país mostrando as várias formas de manifestações homofóbicas existentes na sociedade. O mais grave foi o assassinato de um jovem por sua opção sexual. Na vida real, a situação parece cada vez mais crítica e não difere da ficção. Apesar de várias conquistas, como o reconhecimento legal da união estável gay, a cada dois dias morrem três homossexuais no país. O que torna o Brasil campeão de assassinatos devido à opção sexual. Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, a homofobia é um problema sério, que vem ganhando força nos últimos anos devido ao maior número de pessoas assumindo sua sexualidade sem medo e vergonha. “A homofobia define o ódio, o preconceito, a repugnância que algumas pessoas nutrem contra os homossexuais”, diz Soraya. Muitas pessoas com receio dos outros duvidarem de sua sexualidade, ou de assumi-la, usam de violência contra os que se declaram gays. “Esse tipo de atitude serve para reafirmar sua sexualidade. É como um mecanismo instintivo de defesa contra qualquer possibilidade de desenvolver um sentimento diferente por pessoas do mesmo sexo. Desta forma, os sujeitos tornam-se agressivos e podem até mesmo cometer assassinatos para se preservarem de qualquer risco. Muitas vezes, porém, a homofobia parte do próprio homossexual, como um processo de negação de sua sexualidade ou por instinto de proteção”, explica a psicanalista. A médica acredita que a homofobia é uma doença moral e social, que pode ser curada somente com educação e leis mais rígidas. “O respeito ao próximo e às diferenças devem ser ensinados desde criança, pois, somente assim, podemos minimizar e até mesmo acabar com qualquer tipo de preconceito”, afirma a médica.
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