Levar o filho para o estádio de futebol ou para jogar bola e compartilhar a paixão por um time ou pelos carros com a filha são experiências desejadas por muitos homens. Apesar do perfil de solteiros que esperam até 30 ou 40 anos para ter um relacionamento estável e filhos, eles não deixaram de sonhar com a paternidade. “Hoje tenho 77% de homens solteiros e sem filhos que, durante o cadastro na agência, destacaram o desejo de ter filhos”, comenta Sheila Rigler, proprietária da agência de casamentos Par Ideal (www.agenciaparideal.com.br).

Sem preocupações com o relógio biológico como as mulheres, eles têm dedicação especial à carreira e à estabilidade financeira antes de constituir uma família. Porém, quando decidem construir uma vida a dois, as exigências são maiores. “Para abandonar a vida de solteiro, eles querem uma mulher especial e que ainda possa ter filhos. Querem uma parceira compatível não apenas na área financeira e cultural, mas também nos conceitos de família que pretendem passar para os filhos”, explica Sheila. Dependendo da idade é comum então que os homens procurem mulheres mais novas que ainda estão na idade de ter filhos sem riscos. “E para muitos, apenas um filho é pouco”, completa a proprietária da agência.

É o caso do piloto, Aristides Athayde Júnior, de 33 anos, que está solteiro, mas tem planos para ter dois filhos no futuro. “Tenho vontade de ser pai, mas não tenho pressa. Se eu encontrasse a mulher ideal hoje, iria morar junto por um tempo, para ver se realmente iria dar certo, antes de casar e ter filhos”, explica. O cuidado é principalmente porque muitos amigos que casaram muito cedo, hoje estão se separando e o processo de divórcio sempre gera muito sofrimento para os filhos. Ele ainda ressalta que já teve muitas namoradas e isso fez com que se tornasse cada vez mais seletivo.

Dia do solteiro expõe maior exigência na escolha do parceiro ideal

Além do Dia dos Pais, outra comemoração, por sua vez, mobiliza aqueles que ainda não encontraram a alma gêmea. É o Dia do Solteiro, celebrado no dia 15 de agosto, que atualmente engloba mais de 85 milhões de pessoas, que vivem sozinhas no Brasil. Destas, 74 milhões são solteiros e 11 milhões separados, divorciados ou viúvos, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

E os novos solteiros do Brasil, tanto homens como mulheres, estão casando mais tarde - tanto pela vontade de se estabilizar profissionalmente, quanto pelo maior nível de exigência em relação ao parceiro. Uma tendência observada na Par Ideal é que “as mulheres saem de casa mais cedo, enquanto os homens continuam no conforto da casa dos pais por mais tempo”, comenta Sheila, que observa ainda que tanto homens quanto mulheres estão mais exigentes na hora de escolher a pessoa com quem vão casar e dividir sua vida.

A proprietária da agência ainda destaca que eles ficam solteiros por mais tempo por opção. Atualmente não existe mais o estereótipo de que a pessoa está sozinha porque é encalhada, tem uma situação financeira ruim ou aparência pouco atrativa. “O novo solteiro tem família tradicional, é bem realizado profissionalmente, tem bom poder aquisitivo, é bonito e saudável. Além disso, estar sozinho pode ser uma opção temporária”, observa.