Hoje, caminhando uma caminhada reflexiva, Me deparei com as grades azuis de uma creche... E, sem que me desse conta, me agarrei a elas procurando o melhor ângulo. Algo lá dentro me chamou e eu encostei o rosto, Olhando nos quadradinhos regulares da grade. Do outro lado: Crianças brincavam no gira-gira, corriam, gritavam, caiam, apostavam corrida em triciclos. Alguns minutos se passaram e eu parecia um amante dos pássaros. Observava as criaturinhas engaioladas com um olhar de pena e a expressão serena, Mas as criaturinhas continuaram a brincar sem nem notar a minha existência e persistência... De repente meu olhar ganha desejo e perde penas e pernas. E aí, eu já não sei se a inocência prende ou liberta, Mas eu é que pareço prisioneiro das desilusões do mundo, Olhando passarinhos voarem despreocupados no céu nublado de um dia qualquer. Nota do Editor: Edgar Izarelli de Oliveira é poeta e escritor. Trabalha como ator e diretor de marketing para a Compania Nóis se Nóis não é Nóis. Mantém o blog Palavras d’Alma (edizarelli.blogspot.com).
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