Turismo LGBT cresce 20% ao ano no Brasil. Este público gasta em média 30% a mais que o turista de outro segmento
O turismo está com os olhos voltados para o exigente segmento LGBT (Lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) e se adéqua as necessidades desse público. “Não basta colocar na frente do estabelecimento a bandeira colorida, é preciso capacitar os profissionais”, disse Heitor Ferreira Filho, da ABRATGLS, em palestra. “Mas, antes de qualquer iniciativa, é preciso derrubar preconceitos e rótulos”. Para quem tem interesse em melhor atender o público LGBT, Ferreira dá dicas simples e importantes. “O grande segredo é atender de forma igual e natural; simples assim”. Na prática, alguns cuidados devem ser tomados. Na reserva, por exemplo, o atendente não deve determinar por si só as acomodações com base nos nomes; o correto é dizer quais os tipos de quartos oferecidos e perguntar qual é o pretendido. Ainda sobre acomodações, no check in, o que está no voucher deve ser respeitado. No caso de dúvida, ler todas as informações para confirmar o serviço; deixe que o cliente identifique se há ou não erro. “Ao ler, se a cama for de casal, evitar ’aquele’ olhar muitas vezes de espanto ou reprovação. Estas medidas evitam constrangimentos”, afirma Ferreira. Os detalhes também são importantes. Muitos hotéis oferecem, por exemplo, pares de chinelos nas cores azul e rosa, pressupondo a recepção de um casal heterossexual. Melhor dar preferência para a cor branca. Mas, se os pares forem ambos azul ou rosa, vai mostrar que o serviço foi pensado especificamente no cliente e indica cortesia. Outra dica é preparar todos os funcionários do estabelecimento para lidar de forma adequada com o público LGBT. As regras gerais devem, sempre, serem as mesmas para qualquer hóspede, inclusive no caso de beijos e afetos públicos. O estabelecimento é que determina se são ou não permitidos. Para se ter ideia do potencial do público, o turismo destinado a este segmento cresce 20% ao ano no Brasil, de acordo com Marco Lomanto, diretor da EMBRATUR. Outro dado importante para a cadeia produtiva do turismo é que LGBT gasta em média 30% a mais que o turista de outro segmento.
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