Psicanalista fala sobre a infidelidade nos relacionamentos amorosos
A maioria dos casais não suporta ouvir a palavra traição. Segundo a médica e psicanalista, Soraya Hissa de Carvalho, ser traído é uma forma de decepção e rompimento de algo comumente aceito entre os dois. Nesse caso, a violação é do respeito, verdade e fidelidade. Apesar de vivermos em uma cultura onde a traição e o envolvimento amoroso e sexual com mais de um parceiro não é visto com bons olhos pela sociedade, e o Código Penal Brasileiro define a bigamia como crime, muitas pessoas com relacionamentos estáveis traem seus companheiros. De acordo com pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, cerca de 7,1 milhões (16%) de homens e mulheres - dos 43,9 milhões que vivem com companheiros - admitiram fazer sexo fora do casamento. Outro estudo revela que apenas um em cada quatro brasileiros casados espera fidelidade do parceiro. Os motivos para a traição são muitos, entre eles rotina, falta de atenção, questões culturais, busca do novo, carências, insatisfação, vingança, falta de diálogo entre o casal. “No caso dos homens, há uma questão cultural muito grande. Além do mito de que o homem precisa ter mais experiências ou tem mais desejo sexual, ele se sente bem-avaliado pelos amigos ao contar casos extraconjugais. Em relação às mulheres, ocorreu uma mudança, elas estão traindo mais. Muitas vezes, a infidelidade acontece quando está insatisfeita afetiva e sexualmente. Então, elas buscam experiências com outros parceiros”, explica a médica. As principais conseqüências da traição são a quebra do vínculo de confiança entre o casal e a desestruturação na referência de vida, especialmente, quando a relação tem vários anos. “Além do mais, mexe com a auto-estima das pessoas. A dor e a decepção podem ser tão fortes e grandes que são capazes de levar uma pessoa a quadros depressivos. Salvos casos em que a traição é combinada anteriormente por ambos, ou liberada para um dos dois é possível que não haja discussão ou sofrimento”, diz a psicanalista. Para evitar sofrimento, a médica diz que amar a si mesma e ter auto-estima é fundamental para lidar melhor com a infidelidade. Já para evitar uma possível traição, a psicanalista diz que o melhor caminho é o diálogo aberto e franco entre os parceiros. É importante procurar sempre se colocar no lugar do outro, já que isso pode evitar brigas e descontroles desnecessários. Soraya Hissa acredita que é fundamental respeitar o espaço do parceiro e estabelecer uma relação de confiança entre o casal. “Quando se começa a olhar o celular, revistar os bolsos, cheirar as camisas, a situação desanda, o parceiro se sente sufocado. O equilíbrio é fundamental. Cada um deve respeitar o espaço do outro e acreditar na relação que construíram”, orienta Soraya.
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