José Ronaldo dos Santos | |
Acabou a festa literária em Paraty (Flip). Foi boa, mas nos deixa deprimidos porque, olhando as “fotografias” de tempos passados, vemos que ambas - Ubatuba e Paraty - têm as mesmas características: estavam na rota do café, tinham condições favoráveis às atividades portuárias e possuíam estradas que interligavam ao Vale do Paraíba e Sul de Minas. As duas também tiveram, depois, um período de quietude, sem razão de existir, porque foram excluídas das rotas econômicas. O que as distinguem então? Com o advento do turismo, favorável a ambas, houve percepções diferentes. Enquanto as lideranças políticas e econômicas conservaram as características culturais e arquitetônicas porque enxergaram um veio lucrativo, no outro lado, tal como um “consumidor nota dez”, buscou-se desvencilhar “das velharias, que não condizem com o progresso”. Então perdemos tudo, ou quase tudo que dava um sentido ao nosso passado histórico. Citei isso tudo de passagem só para chegar a um ponto: a descoberta da cidade vizinha pelos caiçaras de Ubatuba. Fiquei impressionado por encontrar até mesmo parentes inimagináveis em outras edições da Flip. Estavam encantados pela cidade, pelas montagens e, sobretudo, pelas pessoas bonitas em profusão nos caminhos de pedras. Até fretaram um barco para conhecer alguma ilha da enseada de Paraty. Assim se expressaram: - Isso aqui está maravilhoso! Ainda bem que nós viemos em lotação; dá para aproveitar bem o dia! Você não quer dar uma volta de barco com a gente, Zé?
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